sábado, 11 de agosto de 2012

Limite

                                          

Há limite pra tudo, já diziam os antigos e dizem as pessoas bem educadas.
Mas parece que a Sociedade atual faz questão de ultrapassar todos os limites do bom senso, do bom gosto e da educação.
Consumismo, ostentação, exibicionismo e futilidade extremos.
Para onde caminha a Humanidade?
Que país é esse?
A Economia mais forte e o poder de consumo maior também. População das chamadas classes C, D e E tendo acesso a bens que outrora eram só possíveis aos bem nascidos.
Consumo, consumo e mais consumo.
Há uma corrida frenética para se adquirir bens, produtos e serviços. Muita coisa supérflua, das quais podemos muito bem viver sem.
E a Educação? Onde podemos encontrá-la? Vende-se? Vem junto com as TV gigantes, com os potentes aparelhos de som, com os celulares de última geração e com toda a parafernália eletro-eletrônica?
A falta de limite não fica apenas presa ao consumo de bens, produtos e serviços, encontra-se também nos programas de TV, nas músicas, nos shows de humor, os chamados Stand Up Comedy.
Já falei sobre o humor atual e o de antigamente.
Falei sobre Os Trapalhões, Chico Anysio e Jô Soares.
Os programas de humor apelam para o sexo, para o vulgar; usam mulheres seminuas para atrair a audiência.
Os humoristas fazem piadas grosseiras, humilham, ofendem e não se desculpam.
Há um limite sim, entre fazer piada e fazer ofensa a alguém.
Estamos habituados a piadas sobre portugueses, loiras, gays, nordestinos, judeus, e outros grupos sociais. Sobre animais também: papagaios, macacos, jumentos...
Eu particularmente sou péssima para contar piadas, gosto mais de ouvir.
Mas acho desagradável fazer piadas sobre pessoas que sofreram horrores nas mãos de algozes, como no caso do povo judeu.
Acho desagradável fazer piadas sobre pessoas que não são bonitas fisicamente, principalmente mulheres. Não sou uma mulher fisicamente bonita, e piadinhas assim me incomodam.
Agora me pergunto: E esses que fazem piadas sobre pessoas feias, gordas, defeituosas e com outras "imperfeições", são eles mesmos muitos lindos e perfeitos?
Assisti ao filme "O amor é cego -Shallow Hal" com o ator gordinho, baixinho e atrapalhado Jack Black. Fiquei intrigada com o fato de os atores do filme, o próprio Jack Black e seu amigo Jason Alexander não serem primores da beleza masculina e mesmo assim falarem mal de mulheres feias! 
Tenho a impressão de que a ideia e a imagem passadas é que as mulheres têm a obrigação de serem e estarem sempre bonitas mas os homens podem ser baixinhos, gordinhos, carecas e sem graça como os dois atores supra citados. Só porque são homens? Homem manda? Define? Mulher obedece? Concorda sem contestar?
Me marcou a cena em que os atores conversam sobre a namorada do Hal (Jack Black) e o amigo Maurício (Jason Alexander) a chama de hipopótamo! O cara não é nenhum Brad Pitt!
Na boa.
Semana passada tentei assistir a um programa de humor com um quadro de Stand Up Comedy. Muito ruim!
Piadas cheias de referências sexuais, preconceituosas, ridículas.
As pessoas riam e eu não entendia do que elas riam.
Será que estou ultrapassada? Será que estou ficando velha? 
Não sei.
Sei que sou do tempo em que piadas e shows de humor eram para nos fazer rir, hoje são para ofender, humilhar e extrapolar todos os limites.
É isso.

                                            


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