quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Perdidos

                                     

Estava na casa da minha tia Antônia em Buíque, Pernambuco.
A tia riscava moldes de roupa que seriam costuradas a seguir, a tia é ótima costureira.
Mamãe sai do banho e tia Antônia a chama: "Marlene, minha irmã, tu sabe quem se perdeu-se?"
"Sei não, minha irmã. Quem foi? Diga!"
"Foi a filha de fulana. Perdeu-se mais o namorado faz é tempo, visse? E não é de hoje não, já faz tempo que ela não é mais moça"
"E como tu soubesse, Antônia?"
"A mãe me ligou e me contou. Quando eu soube, chega me deu um baque do coração. Meu Cristo!".
E as duas conversavam...
Entrei na conversa, era "inguinórança" demais!
Disse: "Como eles se perderam? Tomaram o ônibus errado? E por que ela não é mais moça? Por acaso virou menino?! E o que é que tem demais? Vão casar mesmo, já compraram os móveis, já marcaram a data do casamento. Vocês duas estão velhas e ultrapassadas!"
Vixe!
Levei broncas de mamãe e de tia Antônia e por pouco não levo uns tapas.
E o sermão prosseguia defendendo a tese de que as pessoas devem segurar o fogo da paixão e esperar até o dia do casamento, que isso, que aquilo.
Curioso, as moças devem manter-se castas, mas os rapazes podem pegar geral!
Direitos iguais ontem, hoje e sempre!
Abaixo a "inguinórança" machista!
É isso.


                                     
                                    

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