sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Abandono

A julgar por minha aparência acromegálica, eu deveria ser uma pessoa durona, mas não sou.
E isso confirma a tese de que não se deve julgar uma pessoa pela aparência; conheço pessoas com rostos bonitos e agradáveis de se ver mas cujo coração não é tão belo e bonzinho assim.
Sou uma molenga, uma chorona inveterada, manteiga derretida, coração bom; tudo ao contrário do que mostra minha aparência acromegálica.
Bom...
Fui ao Carrefour da Vila Maria/Vila Guilherme para pesquisar os preços das TV´s e até me interessei por uma, mas cadê o vendedor? Já falei aqui que supermercados/hipermercados só servem para vender gêneros alimentícios, produtos de limpeza e afins; comprar eletro eletrônicos nesses locais é teste de paciência.
Os vendedores fingem que estão olhando alguma coisa no computador, fingem que falam ao telefone, fingem estar muito ocupados. Se a gente pede a ajuda de um deles o que ouvimos é que ele não é daquele setor e que vai chamar outra pessoa para nos atender. Vai esperando...
Desisti.
Nem o bom preço das TV´s compensariam tanto desrespeito para com o cliente.
Estou no estacionamento e vejo um casal próximo à uma pequena árvore e percebo que cuidam de um gato. Desço do carro e me aproximo deles e pergunto o que está acontecendo e eles dizem que ouviram o miado do gato e pararam para ajudar. O gato estava só pele e osso, miava de sede, fome e dor e tinha os olhos fechados, ou talvez cegados, por uma secreção que deve ter sido causada por má nutrição, creio eu.
O casal tentava dar água ao gato e tinha comigo um sachê com ração. Tentamos dar água e comida mas o bichano se recusava tanto a comer quanto a beber.
O bichinho sofria. Meu Deus.
Eu disse ao casal o que digo sempre: "Não precisa amar os bichos, mas tem que respeitá-los".
Maldade, crueldade, frieza, falta de amor no coração fazer uma coisa dessas com um bicho inocente.
Quisera eu que todos os bichos tivessem pelo menos metade da boa vida que meus gatos têm. É amor, comida, água fresca, cama macia, dengo, chamego, lundu, amor...
Como diz meu irmão Naldão: "Esses gatos saíram do lixo para o luxo".
O moço disse que contribui para com uma associação que acolhe animais abandonados e eu pedi encarecidamente que ele levasse o gato ao veterinário. Já tenho seis gatos em casa e      já estou sofrendo por antecipação com a ideia de ter que me desfazer de alguns deles quando eu tiver que me mudar da casa onde moro. Minha Nossa Senhora!
Chorei.
Deixei a ração com o casal para o caso de o gato querer comer, mas ele estava tão fraquinho, meu Deus, que nem tinha forças para levantar a cabeça.
Levantei meus olhos aos céus, pedi a Deus e ao Povo lá de cima, aperreei mais uma vez a gente boa que ouve minhas preces, enxuga minhas lágrimas, acalanta minha dor: "Não deixem o bichinho sofrer mais não. Que ele seja tratado e recupere a saúde. Que a dor dele seja aliviada... Eu só queria ganhar na Mega Sena para poder ter condições de ajudar toda a bicharada carente, juro por Deus!".
Uma pessoa me disse que têm pessoas, crianças carentes também.
Eu sei e me compadeço, mas gente recebe bolsa família, bolsa mãe paulistana, bolsa isso, bolsa aquilo e filho a gente escolhe colocar no mundo ou não. Na boa e com todo o respeito, como sempre digo.
Já ouvi falar sobre pessoas que envenenam animais, que colocam filhotinhos dentro de sacos, amarram em um lugar e batem no saco com pedaço de pau até matar todos os bichinhos; jogam filhotes dentro de rios, afogam dentro de baldes mesmo.
Anos depois essas pessoas ficam doentes, enfrentam doenças sérias... Por que será?!
Repito: Não precisa adorar os bichos, mas precisa respeitá-los.
Aliás, se mantivéssemos uma relação de cuidado, respeito e preservação com a Mãe Natureza, talvez muitas dessas catástrofes climáticas fossem atenuadas ou até mesmo evitadas!
Pensemos.
É isso.

                                  

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