sábado, 11 de agosto de 2012

Língua Portuguesa

                                              

"... inculta e bela", Olavo Bilac.
Sou patriota e bairrista assumida, mas respeito sempre a tudo e a todos.
Aliás, respeito é o meu lema, é minha palavra de ordem. Vivemos em um mundo tão complicado onde pessoas se julgam no direito de violar, matar, destruir aquilo que não entendem e não aceitam.
Se não entende não aceita, se não aceita não entende. Forças proporcionalmente inversas.
Inversamente proporcional à cultura, tecnologia, modernidade, comunicação e ao avanço que temos hoje: avanço em várias áreas da Sociedade, Medicina, Educação, Tecnologia, tal e coisa, coisa e tal.
À medida que avançamos em algumas áreas parece que retrocedemos em outras, principalmente na área das relações humanas.
É gente explodindo templos, atirando em pessoas de religiões, culturas e etnias (evito o termo raça, pois para mim só existe uma raça: a Raça Humana!) diferentes. Pra que isso, meu Deus do céu?!
Bom, mas eu falava sobre a bela Língua Portuguesa...
Esta também sofre violência por parte de seus falantes nativos que a falam e a escrevem com um desrespeito e descaso desmedidos!
É aí que entra meu bairrismo e meu patriotismo. Explico.
Para começar, parece que o Infinitivo (forma natural do verbo, sem conjugação) caiu em desuso e as pessoas "comem" a letra "R" ao falar e ao escrever. Na forma oral até que passa despercebido, mas na forma escrita confunde o leitor. Por exemplo:
"Ele vai fala(r), Ela vai liga(r), Nós vamos dize(r), Você vai pega(r)..."
Entenderam?
Vejo muito disso nas redes sociais, principalmente no Facebook, e isso escrito por estudantes de Direito, Enfermagem, Administração... Os futuros "dotôs" e "dotôras" estão massacrando a Língua Portuguesa e não percebem. Jesus!
Escrevem: "Muleke, 9dade(novidade), naum (não), aki (aqui), voçe (você)..."
Outra barbaridade é a falta da letra "U" no final dos verbos conjugados no Pretérito Perfeito: "Ele falo (falou), Ela pego (pegou), Você comento (comentou)..."
De novo: Na forma oral entende-se perfeitamente, mas na forma escrita confunde o leitor.
Confunde porque não sei a pessoa já praticou a ação, vai praticar ou não! É preciso Caetenear para entender o abuso imposto à nossa bela língua pátria.
Para piorar, ainda inventaram esse inútil e besta Acordo Ortográfico que tirou acentos gráficos das palavras; agora é voo, enjoo, ideia, linguiça... tudo sem acento. A desculpa dada é para aproximar os países lusófonos (falantes da Língua Portuguesa). Pode até ser na forma escrita, mas na forma oral (falada) e cultural cada um tem sua própria marca, seu estilo.
E qual a desculpa para isso? Para facilitar a vida do pobre estudante?
Ora! Me "pópi", como dizia papai.
Em um país continental que fala uma única língua (oficialmente), o estudante tem mais é que estudar mesmo e procurar escrever corretamente! 
Já pensou se aqui a população falasse quatro línguas ou mais como em muitos países europeus?
Tive professores que me chamaram de radical e assumo o adjetivo com orgulho.
Claro, não queremos ter/ver jovens e a população em geral dizendo: "Vossa Mercê, ó nobre rapariga, gostaria de me acompanhar ao cinematógrafo? Preciso apenas trocar o pneumático de meu automóvel que se encontra desprovido de ar".
Hoje dizem: "Vai colar na balada? Vai rolar quero tchu tcha, tchererê, lê, lê, oi, oi, oi..."
Como o perdão das palavras.
Bom,
Outro absurdo cometido é o tal do "Pra mim fazer, Pra mim isso, Pra mim aquilo".
Pra mim não conjuga verbo, certo? 
Por exemplo: "Ele deu o livro pra mim", correto.
"Ele deu o livro pra mim ler", incorreto.
"Ele deu o livro para eu ler", correto.
Outra aberração: "Menas". 
"Tinha menas pessoas, menas gente, menas vezes..." Menos é invariável, então é sempre "Menos pessoas, Menos gente, Menos vezes", menos qualquer coisa!
Mais: A gente= Nós, Pessoas.
Agente= agente secreto, agente químico etc...
Outra coisa que me incomoda é a imposição linguística (gostava mais do trema na palavra, mas esse bendito acordo ortográfico!) imposta por poderosos e influentes meios de comunicação. Usei "imposição e imposta" para enfatizar o que quero dizer. Beleza?
Interessante que artistas, jornalistas e afins que vêm de outros estados brasileiros precisam "perder" o sotaque para se encaixarem nos padrões globais de televisão. Até entendo que precisem suavizar o sotaque para que possam ser compreendidos pelos outros brasileiros das outras regiões do país. Imaginemos: "O guri comeu cacetinhos e negrinhos; A macaxeira e o jerimum estavam arretados de bom".
Nem todos entenderiam os significados de cacetinhos, negrinhos, macaxeira e jerimum, (baguete, brigadeiro, mandioca ou aipim e abóbora, respectivamente).
Até aí, tudo bem.
Mas não vejo porque artistas precisam tanto falar um "carioqueixxx" forçado. Nada contra a bela cidade maravilhosa do Rio de Janeiro.
Faustão e Luciano Huck são paulistanos/paulistas e falam normalmente sem carregar em um forçado sotaque carioca como faz Angélica, que é paulistana do ABC (Santo André, São Bernardo, São Caetano).
Em um domingo zapeava pelos canais de TV e paro no programa do Faustão, uma ex bailarina com corpão e cérebro inversamente proporcionais e com pretensões intelectuais falava sobre "teixxxto, méidico, naisceu, culégio..."
Parece que excluíram os acentos gráficos das palavras e adicionaram a letra "i" à elas. 
Repito, procuro respeitar a tudo e a todos, mas por que tenho que aceitar imposições e ditaduras linguísticas? 
Essa ex bailarina do Faustão parece que gosta de forçar mesmo o "carioqueixxx" e isso fica um tanto quanto "irritainte".
Não dá.
São coisas que adoro detestar. Desculpa aí.
Não bastava "comer" o "U e o R" das palavras, não bastava impor sotaques, não bastava o abuso feito à nobre Língua Portuguesa, tinha que detonar mais ainda com música ruim.
Meu Deus, o que estão fazendo com nossa cultura, nossa música, nossa língua?
Vou parar por aqui se não isso vai virar um "teixxxto enorrrrrrrme"...
Lê, lê, lê...
Na boa.
É isso.

                                        

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