sábado, 27 de outubro de 2012

Sereno

                                


Nos tempos de mamãe e Mãevelha os recém nascidos só eram mostrados às pessoas quando completassem sete dias de vida. Antes desse período só a mãe, claro, e a avó ou pessoas que cuidavam da parida é que podiam ficar próximas do rebento.
Diziam que nesse período de sete dias a criança era muito frágil e suscetível à doenças e "mal olhado" e muitas morriam do "mal de sete dias", que era o tétano umbilical.
As visitas lotavam as casas para poder ver o bebê que só saía de casa após o "resguardo" de quarenta dias. Nem mãe nem bebê saíam de casa antes desse tempo. Os cuidados eram extremos e um tanto quanto exagerados.
Mesmo quando o bebê já estivesse grandinho só saía com a mãe até a hora do por do sol, pois com a chegada da noite vinha o sereno e isso poderia "ofender" a criança.
Hoje em dia tudo é diferente. Vejo bebezinhos recém nascidos nos braços das mães passeando pelos Shopping Centers, restaurantes e eventos externos.
Acho uma judiação porque me remete aos cuidados exagerados dos tempos de mamãe e Mãevelha.
Os recém nascidos são expostos à mudanças bruscas de temperatura, ao frio forçado do ar condicionado, ao contato com pessoas estranhas que podem ou não estar doentes, fumaça de cigarro, poluição e barulho.
Sei lá, mas acho melhor esperar um tempinho e levar o pimpolho só ao médico e/ou lugares necessários. 
Acho que é por isso que não fui mãe, se o fosse, seria daquelas mães hiper-ultra-super-mega cuidadosa.
Hoje em dia o que mais vejo são mães apenas parindo seus filhos e os largando aos cuidados das avós.
Meu, se não tem paciência para cuidar de alguém, não coloque filhos no mundo! Parto do seguinte princípio: se você se compromete a cuidar de uma vida, seja esta humana ou animal, que cuide bem. 
Penso assim.
É isso.

                             

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