quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Gaviões da Fiel

                                


Vejo pela TV reportagens sobre o Carnaval, os ensaios das Escolas de Samba, o trabalhão que o pessoal tem para deixar tudo prontinho e certinho para o desfile. 
Respeito muito o trabalho e o talento desse povo que sua a camisa para fazer  o Carnaval acontecer e sua Escola arrebentar.
Que todas façam bonito na avenida!
Lembrava de um convite feito por minha colega de faculdade quando ainda estudávamos juntas. Ela me convidou para os ensaios da Escola de Samba X9 Paulistana, que fica na Zona Norte de São Paulo, onde moramos.
Naquela época eu já era acromegálica, já tinha os sintomas, mas não sabia que estava acromegálica. Maldita doença!
Eu já tinha as dores articulares, dores na coluna, dificuldade para andar, mas eu nem desconfiava de nada.
Agradeci ao simpático e atraente convite, mas declinei e aqui vão os motivos:
Não sei dançar, quem dirá sambar.
Imagina eu sambando toda torta e com dor.
Imagina a gafe, a vergonha, o mico. O samba paulistano não merece isso.
É uma vergonha, eu, uma brasileira nata e não saber sambar!
Mas assistir aos ensaios pode, né? Difícil segurar o chamado dos tambores.
Tambores que trazem a presença negra da Mãe África.
Tambores que trazem a força, a garra, o sofrimento, a honra e o orgulho dos filhos tão sofridos da Mãe África, filhos que tanto sofreram em séculos de escravidão.
Sou branca nojenta, como diz meu cunhado Pepê, mas tenho/tive bisavô negro, filho de escravos libertos. Meu bisavô Francisco, tão doce, tão lindo.
E que eu fosse vermelha, preta, azul, amarela ou de qualquer outra cor, isso não me impediria de amar e respeitar as outras cores. O caráter de uma pessoa não está na cor de sua pele mas sim em suas atitudes!
Um conhecido me pergunta sempre: "Mas por que você defende tanto essa raça?!"
"Que raça? Raça Humana? Somos todos iguais, nosso sangue é vermelho, ninguém tem sangue de outra cor. Cabra besta!"
Mas eu falava sobre Escolas de Samba.
Eu adoraria conhecer os bastidores das escolas, a criação e a produção das alegorias, pisar na avenida e sentir toda aquela força de perto.
Iria caminhando entre os membros da Escola, talvez aguentasse o tempo todo do percurso. Talvez, não sei. 
Mas eu iria decentemente vestida; esse negócio de peito e bunda de fora não é comigo e é o que mais me desagrada no Carnaval.
Acho lindos o Mestre Sala e a Porta Bandeira e a Ala das Baianas. Lindíssimos.
Eu torço por todas as Escolas, mas se eu fosse mesmo desfilar/sair em uma delas, (até parece), gostaria que fosse a Gaviões da Fiel.
É Corinthians, É Nóis, É Gaviões da Fiel.
Vai Curinthia!

                                 


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