sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Incompetência e Competência Médica

                               


Fui aos consultórios do oftalmologista e ortopedista, ambos ótimos médicos.
Tenho um bom gastroenterologista também, mas falta encontrar um cardiologista e endocrinologista; não gostei dos primeiros que encontrei.
Sou implicante e se o santo não cruzar, não procuro mais a pessoa/profissional.
Sou gata escaldada e fui vítima de alguns erros aparentemente simples, mas que me causaram danos.
Antes das cirurgias eu levei exames aos médicos e um deles disse para eu não me preocupar, pois era uma pequena inflamação na região do exame. A pequena inflamação era um tumor de hipófise grande que quase me matou. Foi retirado noventa e cinco por cento do tumor e isso causou uma perda enorme de sangue, parada cardiorrespiratória e quase um mês em coma. O tumor estava muito próximo à veia carótida e segundo soube depois, não deveria retirar tanto devido à complexidade e o alto risco. Eu que o diga.
Acordo após a cirurgia de artrodese e o médico me diz que houve um pequeno problema na dura-máter, fiquei com a perna direita mais fraca em relação à perna esquerda.
Em uma de minhas inúmeras internações, deveria ser aplicado em mim uma dose de cinco miligramas de um corticoide  mas a enfermeira aplicou cinquenta miligramas. Estava na ambulância a caminho de outro hospital para fazer uma ressonância magnética e durante o percurso eu via árvores vermelhas que se soltavam do chão e caminhavam, voei sobre essas árvores e outras maluquices. Como dizem os jovens: "Foi a maior nóia".
Mas tive um ótimo oftalmologista, com quem comentei sobre seus colegas e meus exames antes das cirurgias. O oftalmologista recomendou seu colega endocrinologista e a partir daí as coisas se encaminharam bem.
Fazia exames anuais nos olhos, como medir pressão intraocular, retinografia, campimetria etc... Em um desses exames acusa uma pressão intraocular absurdamente alta e o oftalmologista desconfia de glaucoma, mas eu só tinha os sintomas, não tinha a doença de fato.
O médico conversa com sua colega, que me examina de novo e não encontra nada de anormal, apesar dos sintomas.
Volto ao meu oftalmologista e ele disse que não me medicaria, pois não tinha certeza do diagnóstico e não queria correr o risco de me prejudicar.
Ele me recomenda falar com o neurocirurgião e fazer exames de imagem, uma ressonância magnética, e nela consta o tumor muito próximo do nervo óptico, por isso a alta pressão intraocular.
O oftalmologista foi paciente e competente, não quis medicar apenas baseado em um sintoma que não fazia sentido e esgotou todas as possibilidades antes de me pedir para procurar outro médico.
Fui hoje ao oftalmologista e a partir de agora, devo retornar a cada seis meses. Depois fui ao ortopedista e tomei duas injeções para aplacar a dor e o entrevamento.
Dei uma boa cochilada quando cheguei em casa, sonolência é um dos efeitos colaterais dos remédios.
Vou para a cama agora, estou tão cansada.
Boa noite.


                              

Um comentário:

  1. Ah, incompetência médica. Eu que o diga, também. Obviamente meu caso não foi tão grave quanto o seu, mas um tanto quanto grave também.
    Com 22/23 anos, tive a primeira crise de artrite reumatóide. Após alguns exames, foi diagnosticada a doença e a médica (que era chefe da reumatologia no convênio) me receitou corticóide, uma dose de 20mg todo santo dia. No primeiro mês, tomei e depois voltei com ela. Ela me disse que, como era manipulado, eu poderia fazer seis vezes em cada receita. Assim fiz, durante dois anos! Dois anos!!! E sem saber do que o remédio era capaz, a médica nunca me disse.
    Em 2006/2007, comecei a engordar absurdamente, e a só ter barriga e cara redonda. Todo o resto era fino: braços, pernas, quadril, mas a barriga e a cara... vish!
    Em 2007 acabou o corticóide e a farmácia não quis fazer. Fui pesquisar na internet sobre o remédio (falta do que fazer que se tornou útil) e descobri sobre a Síndrome de Cushing. Entrei em desespero. Os sintomas batiam todos. Todos!
    Marquei consulta com a médica que pediu inúmeros exames e foi confirmada a síndrome. Ela me explicou que foi o corticóide que fez tudo isso e contou sobre o medicamento. Com a síndrome, foi diagnosticado também o hipotireoidismo e a pior de todas: diabetes. Doença essa que me derruba até hoje, e não tem cura.
    A médica fez inúmeros tratamentos, tirou o corticóide e hoje, seis anos depois, a síndrome retrocedeu. Fiz lipoaspiração por causa da barriga (que me dava muita falta de ar e não sumia por nada no mundo), não tomo mais corticóide (apenas meloxicam para a dor da artrite), mas ela ainda está ali, a diabetes, me atrapalhando a vida, estragando a minha visão, me deixando muito cansada, não me deixando comer o que eu quero e muitas outras coisas.
    Tudo isso por causa de incompetência médica. Graças a Deus, também encontrei uma médica que teve a competência que a outra não teve e me deixou um pouquinho melhor.
    E como você termina...
    É isso!
    Beijos!

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