sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Caos e Futuro

                                      


Mais um dia de caos na escola. 
Mais um dia de falta de professores; mais um dia de alunos sem aula, saindo mais cedo e/ou zanzando pela escola e atormentando a pouca paz que pode-se ter com adolescentes barulhentos, agressivos, mal educados... A maioria, infelizmente.
São poucos inspetores e tem sempre aquele/a que faz corpo mole e sobrecarrega o outro.
Hoje uma inspetora não aguentou o stress contido e se debulhou em lágrimas; ela reclamava da situação caótica em que se encontra a escola, da falta excessiva de professores, da falta de apoio da direção e coordenação.
Um pai de aluno foi convocado para ir à escola para falar com o diretor, mas ao chegar encontrou pessoas que nada sabiam e com a clássica desculpa: "Não é comigo. Não convoquei pai nenhum. Não sei de nada". 
Fica fácil assim.
O pai pedira para sair do trabalho mais cedo só para ir à escola, mas teve que voltar para trás porque ninguém podia ou queria atendê-lo.
Basta ler o relatório escrito pelo professor e lá consta a situação do aluno! A partir dessas informações, qualquer mortal na face da Terra pode conversar com um pai de aluno, principalmente se for alguém que trabalha em uma escola!
Alunas dançando Funk em salas de aula sem professores. 
Alunos arremessando cadeiras e carteiras, chutando o cesto de lixo, brigando uns com os outros, correndo pelos corredores e escadas... Um caos.
A moça que trabalha comigo na secretaria sentiu-se insegura e com medo; tem toda razão.
Hoje pela manhã não havia ninguém da direção, apenas o coordenador que é um dos poucos que toma uma atitude, que fala, que age e que trabalha.
A outra parte da coordenação passeia pela escola, enrola, está sempre "ocupada" e fica bravíssima se a interrompemos para perguntar alguma coisa, tirar uma dúvida etc... É cada coice! Passeia pra lá e pra cá segurando e comendo um maldito sanduíche que nunca termina.
Cada um com suas manias mas não consigo comer de pé, andando etc... Tenho que me sentar à mesa e fazer as refeições, por mais simples e rápidas que sejam. E depois de comer aí sim volto ao trabalho ou ao que estava fazendo.
Alunos que não ouvem. Ou se ouvem, não escutam, não assimilam o que foi dito; não pensam.
Pouco antes das nove horas da manhã desce um grupo de alunas fogosas e mal educadas e perguntam se a "moça do uniforme" vem hoje; dissemos que a partir das onze horas e ouvimos a pergunta: "Então ela já ta aí?"
A partir das onze horas, agora são nove horas!
Dali há alguns minutos as mesmas criaturas retornam com a mesma pergunta e depois mais umas duas ou três vezes. Isso tudo é só para sair da sala e dar uma rolê pela escola, ninguém está de fato preocupado com o raio do uniforme.
Outro detalhe curioso é que vem um grupo e seu séquito junto para fazer uma simples pergunta.
Ontem deixei na última gaveta da mesa uma pasta com lápis, borracha e canetas, material que usamos para trabalhar, e hoje quando cheguei a pasta estava vazia! 
Deixei um recado na gaveta dizendo que pode usar o material, mas que o devolva e o coloque no exato local onde o encontrou.
Tem muita gente fútil, convencida, cheia de si, mesquinha... não só na escola, mas no mundo todo.
O respeito está cada vez mais indo por água abaixo e foi-se o tempo em que diretor, coordenador, professor eram símbolos de sabedoria e educação e eram respeitados.
Foi-se o tempo em que pedia-se por favor um documento ou uma informação na secretaria da escola.
Foi-se o tempo em que estudar significava estudar mesmo!
Está difícil ver a vida melhor no futuro, principalmente a Educação.
É isso.


                                       

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