Assistia TV e entram os comerciais; alguns bem toscos, principalmente aqueles que oferecem produtos milagrosos e maravilhosos que nos faz perguntar: "Como pude viver tanto tempo sem isso?!". Alguns desses comerciais além de toscos, são engraçados, de tão ridículos que são. Um creme anti celulite super-hiper-mega-power-plus poderoso e eficiente contra o mal que aflige a mulherada. Fotos com "antes e depois" são mostradas para mostrar o suposto efeito do produto. Até parece. Primeiro mostram umas fotos com uns traseiros enormes e cheios de celulite para logo a seguir mostrar, supostamente, os mesmos dito cujos totalmente bonitos, firmes e livres da celulite. Nossa! O narrador diz: "Ligue e peça o seu creme anti celulite agora mesmo!". Uau! Mas o que me chamou a atenção foi um creme anti rugas que rejuvenesce até múmia. É um creme feito com veneno de cobra! Mas que cobra? Mostram as fotos de mulheres antes do tratamento com o creme de veneno e depois do tratamento. Vê-se que aquilo tudo é montagem, pelo amor de Deus! As fotos do "antes" mostram mulheres de cara limpa e abatida e com cabelos desgrenhados, mas as fotos do "depois" mostram mulheres muito maquiadas e totalmente produzidas. Nesse caso, penso eu, não precisa comprar o creme de veneno, basta arrumar o cabelo e se maquiar. Simples assim. Fiquei encucada com um coisa: De que cobra é extraído o veneno para o creme milagroso? Pesquisei para saber e descobri que o termo serpente é o nome dado aos répteis da espécie Squamata e o termo cobra é utilizado para apenas um tipo de serpente, as najas. Não têm cobras no Brasil, apenas serpentes, mas os portugueses quando aqui chegaram deram o nome de cobra aos belos répteis. E não paro de pensar e me perguntar: "O que mais faltam inventar em nome da beleza e da juventude?" É isso.
Fomos ontem à Santana de Parnaíba, cidadezinha graciosa que fica na região metropolitana de São Paulo. Adorei o casario antigo feito de taipa de pilão, as ruas estreitas, o verde à volta, o estilo colonial, o tapete colorido feito todos os anos para celebrar Corpus Christi. Muito lindo. Muitas ladeiras, mas eu subi firme e forte munida de minha poderosa bengala. Caminhamos pelas ruas enfeitadas com o tapete colorido de serragem, comemos guloseimas nas barracas de pastel, "carne louca", vinho quente e afins, compramos algumas lembrancinhas e nos deliciamos na barraca de doces. Caminhava com a ajuda da Dona Elza, mãe da minha cunhada Preta; ótimas pessoas. Caminhávamos e observávamos tudo ao redor e nos encantávamos com tudo, do artesanato à cocadas maravilhosas. Duas senhoras vinham no sentido contrário e comiam balas de coco, mas quando se aproximaram de nós, eu e Dona Elza, essa senhoras reagiram como se eu fosse um animal selvagem que as fosse atacar. Precisava ver a cara delas. Eu poderia avançar sobre o doce delas, mas nunca sobre elas. Sou humana e apenas tenho uma doença que me deforma. Só isso. Tenho sentimentos, tenho uma vida, tenho minhas obrigações, como qualquer outro ser humano. Seguimos nossa caminhada e sinto uma coisa no meu calcanhar, me viro e vejo um carrinho de bebê empurrado por uma simpática criatura. A pressa não cabia ali no meio daquela multidão e, além do mais, era e é visível minha condição física. Cadê o respeito? Bom, basta lembrar do episódio ocorrido no Carrefour, onde a dondoca reclama por ter que respeitar o direito dos outros! Bom... Adorei o passeio em um dia frio e cinzento e que deixa São Paulo ainda mais com a cara de São Paulo. Adorei conhecer Santana de Parnaíba, cidadezinha que me trouxe tantas lembranças da minha curta infância em Pernambuco. As casas, as ruas, o jeitinho de interior. Adorei a ida, ver o Rio Tietê tão grande, belo e poderoso cercado por tanto verde. Rio Tietê poluído, judiado, maltratado. Mas a força e a beleza de suas águas me acalmaram, o verde da mata à volta me sorriu. Adoro as águas e o verde das matas. E pensar que apenas um século atrás o Rio Tietê era limpo e as famílias paulistas e paulistanas se divertiam às suas margens. Uma pena. É isso.
Muito frio e chuva aqui em São Paulo. Caí na besteira de trocar os lençóis e edredons; agora o que me resta é esperar por um dia de sol para lavá-los. Difícil. Estão sobre o colchão na sala e os gatos estão adorando! Pretendia escrever mais também, mas Morena Rosa, minha Rosinha, está em meu colo quentinho e fica meio complicado usar o computador. Acho que vou para a cama, não tem nada na TV que me apeteça. Vou dar outra zapeada, mas acho meio difícil encontrar algo que me atraia. Livro, gatos e cama. Essa é a combinação perfeita para uma noite fria e chuvosa. É isso. Boa noite a todos.
Gosto de pizza, mas das pizzas simples e tradicionais. Hoje há um sem número de sabores estranhos e diferentes que mais deixam a massa parecendo uma torta. Com os prédios a pipocar pelo bairro é normal também surgirem novos negócios que vão de lojinhas de miudezas a pizzarias. Peço pizzas de duas pizzarias que ficam na Vila Guilherme e outra na Vila Sabrina; a massa é boa, macia e gostosa e bem recheada. Outro dia encontrei jogados na garagem vários folhetos de diferentes bares e pizzarias, que oferecem do tradicional arroz e feijão à pizzas de bacalhau e carne seca. Peguei um dos folhetos e pedi uma pizza meia provolone, meia salame; minha favorita. O atendimento ao telefone foi péssimo e denotava inexperiência. Aguardo. Dali a pouco vem o motoboy com a entrega e observo que está bem pesada. Abro a embalagem e encontro uma maçaroca pesadona que poderia ser usada como arma. Que troço pesado, meu! Não deu para comer. Tirei o recheio e joguei a massa fora; aquilo se jogado em alguém poderia machucar legal. Pedi pizza em outro local e as pizzas deles são ótimas para quem está fazendo regime; pouquíssimo recheio e a gente fica com gosto de quero mais. Gosto de ir ao rodízio de pizza do restaurante e pizzaria Berlim. São pizzas gostosas e fresquinhas. Gosto de regar minha pizza com azeite de oliva e causa-me nojo ver gente colocando maionese, ketchup e mostarda na pizza. Isso é uma aberração gastronômica! Já não bastasse comer batata frita com ketchup e mostarda, agora vão colocar na pizza também?! Que nojo! Sou à moda antiga em vários aspectos e comer pizza é um deles. Gosto de pizza com dois ou no máximo três recheios, principalmente queijos, e rego com azeite de oliva. Nada de invencionices ou cópias mal feitas dos hábitos alimentares norte americano. É isso.
As escolas estaduais oferecerão um café da manhã aos pais dos alunos e alunos; é a escola se aproximando da comunidade. Bacana isso. Aos professores é pedido que tragam pratos doces e/ou salgados, mas desde que sejam naturais. Deve-se evitar frituras e alimentos gordurosos e procurar manter uma alimentação saudável. Tá. Professores cientes e a conversa gira em torno do que cada um irá preparar, trazer, comprar, mandar fazer... Um professor diz: "Ah meu, vou passar ali no mercadinho e vou trazer duas Cocas". Uma professora diz: "Mas tem que ser alimento natural!". E ele responde: "Então!"
Estava curiosa para saber e ver como seria a abertura da nova novela das nove; o tema, a música e quem cantaria. Decepção e irritação. O balé do casal de desenho sobre imagens de São Paulo é muito bonitinho, mas o problema é a música cantada por Daniel. Nossa Senhora. Ruim demais! Daniel força e se esforça muito pra fazer bonito, se esgoela, canta fora do tom e irrita. Na boa. Assim que começou o "dizagero" vocal, como diria papai, pensei comigo: "O que é isso?!". Fiquei pensando e tentando descobrir quem era o cantor daquela aberração. Uma música tão bonita do Gonzaguinha e tão estragada por algum exagerado que estava mais preocupado em mostrar serviço do que cantar. Maria Bethânia cantaria e canta muito melhor. Voz magnífica! Logo imaginei que poderia ser algum cantor sertanejo ou até mesmo Pedro Mariano. Honestamente falando e com todo respeito, mas não gosto do estilo e da voz de Pedro Mariano, acho que ele força um pouco também. Gosto do cantar natural, mas tem gente que força mesmo e chuta o pau da barraca. Bom... Tirando a música ruim da abertura e que infelizmente teremos que ouvir pelos próximos seis, sete meses ou mais, não sei, a novela em si é boa. A atuação de Mateus Solano é estupenda e esse rapaz é um talento real dessa nova geração de atores. Ele foge ao estereótipo de "bonitinho, mas ordinário" e atua mesmo. Mas eu falava sobre Daniel... Não tenho nada contra esse rapaz, que para mim vive na vida real o gay enrustido tão brilhantemente interpretado por Mateus Solando. Não gosto do estilo musical de Daniel, não gosto do modo como canta, tremendo a voz e alongando as vogais. Não gosto como tenta colocar emoção na música e na voz e acaba fazendo a porcaria que fez com o tema da abertura da novela. Acho que tem um sorriso forçado e tem cara de bobo. Como disse, o respeito, mas eu não compraria um CD desse moço ou iria a um show seu. Bem que a Globo poderia fazer alguma coisa com esse bendito tema da novela; vai ser dose aguentar isso até os capítulos finais do folhetim. É isso.
Tenho tido dores no meu pé esquerdo e dificuldade para pisar com ele. Além da antiga e persistente inflamação no tarso, agora surgiram uns esporões no calcanhar que dão a sensação de pisar em cacos de vidro. Dói. Já fui ao ortopedista viciado em celular e redes sociais do Hospital Aviccena e ao consultório do meu ortopedista, ambos disseram a mesma coisa: melhor não engessar ou usar bota ortopédica, corro o risco de cair. Já usei a bota ortopédica quando o problema começou a se manifestar, em maio de 2011, mas de lá pra cá o problema intensificou-se. Os motivos alegados pelos médicos para o não uso da bota ortopédica e o engessamento do pé é porque posso cair. Estou com a mobilidade reduzida e a cada dia mais entrevada e dolorida; está difícil. Estou andando igual a um pinguim, já fiz vários exames e já tomei uma infinidade de remédios para dor e anti-inflamatórios, mas logo o efeito passa e as dores voltam. Meio complicado. Mas eu estou tentando levar uma vida normal e acho que estou conseguindo, mais ou menos. Não é muito normal andar igual a um pinguim, não é normal deitar e se levantar entrevada e com dores, não é normal se cansar tanto apenas por empurrar um carrinho de supermercado, não é normal... Não estou reclamando, não sou disso. Não sou de chorar as pitangas, mas não está fácil. Mas eu tenho fé e sempre acredito que vou ficar bem. Ficarei bem. É isso.
Conversava com meus colegas durante o café e cada um de nós tinha um "causo" para contar relativo ao comportamento das pessoas, principalmente dos mais jovens. Uma professora de sessenta anos, uma senhora muito bonita e elegante, disse que fora ao shopping para sacar dinheiro e fazer algumas compras. Enquanto aguardava, um grupo de meninas de doze a quatorze anos fazia muito barulho por nada. Simplesmente riam alto sem motivo, gritavam e faziam de tudo para chamar a atenção. Aliás, chamar a atenção é o que mais sabem e se esforçam para fazer. Ridículo. Nossa colega sentiu-se incomodada com a gritaria besta e levou as mãos aos ouvidos, uma das "aborrecentes" abestadas disse para as outras: "A velha não tá gostando". A colega chamou o segurança e deu um sermão nas jovens bobas e alienadas, que foram convidadas a sair do local. Uma outra colega e eu relatamos um caso semelhante: Almoçávamos em um restaurante e dali a pouco ouvimos risadas altíssimas, gargalhadas, palavrões, tolices. Eram grupos de jovens que comemoravam não sei o quê, ou talvez nada, mas gritavam pelo simples prazer de gritar. Talvez estivessem praticando o grito primal. Mas o mais estranho que me aconteceu foi ontem na saída do Carrefour da Vila Maria. Estacionei na vaga para deficientes físicos e fui às compras; tenho o cartão DEFIS e ajo de acordo com a lei. Na volta, vejo um carrão estacionar na vaga ao lado, que também era especial. Ao me ver aproximar munida de minha inseparável bengala, a moça desce do carro e diz ao marido: "Amor, tira o carro daí e estaciona em outro lugar mais longe, temque respeitar as vagas dos idosos e dos deficientes, saco! Eles pegam todas as vagas mais perto e a gente tem que estacionar lá longe, isso não é justo! Vou fazer um abaixo assinado contra isso! Onde já se viu, ter que respeitar vaga de idoso e deficiente!". Eu até pensei em responder, mas mudei de ideia ao perceber que a moça é do tipo "barraqueira". Se ela apenas fizesse um comentário, talvez eu falasse com ela, mas como fez um escândalo e queria público para seu show bizarro, achei melhor não falar com esse tipo de gente. Como dizia mamãe: "Quem se junta aos porcos farelo come". Estranho e engraçado ela fazer um escândalo por ter que respeitar as leis! As vagas especiais de estacionamento são direitos garantidos por lei a idosos, deficientes físicos e gestantes. Absurdo alguém reclamar porque tem que respeitar o direito de alguém! Será que essa criatura baixa se esquece que um dia ficará idosa também? Os jovens de hoje estão tão bobos, exibidos, mal educados, barulhentos e querem tanto chamar a atenção para o nada (nihil) que são suas vidas e seu caráter. Nihil é um termo latino que significa "nada", o niilismo de Nietzsche. "É a desvalorização e a morte do sentido, a ausência de finalidade e de resposta ao 'porquê'. Os valores tradicionais depreciam-se e os princípios e critérios absolutos dissolvem-se..." É isso.
Assistia ontem ao Fantástico e por um momento cochilei; acordo com uma cena dantesca na TV: uma multidão invadindo agências da Caixa Econômica Federal. Não entendi bem o que acontecia e quando acordei, vi que eram pessoas correndo desesperadas para sacar o dinheirinho do Bolsa Família; não se sabe como nem quem, mas circulava à boca pequena que o Bolsa Família seria extinto e quem tivesse alguma merrequinha lá, que corresse o mais rápido para sacar. Nooooooooooooooossa! Multidões se acotovelando para entrar nas agências do banco, filas homéricas, pessoas preocupadas, agoniadas. Seria mesmo o fim de mais uma "ajuda" do governo paternalista? Curioso é que pareciam todos animais furiosos correndo atrás da presa que não seria facilmente largada. Vergonhoso, no mínimo. Nunca vi tanta saúde, energia, garra e vitalidade juntas! Acho que se essas pessoas direcionassem essa energia toda para arrumar um emprego e trabalhar de verdade a Bolsa Família não seria mais necessária. Ou talvez pudessem participar de campeonatos de atletismo, maratonas e a corrida da São Silvestre; energia, velocidade e preparo físico já demonstraram que têm. É Bolsa Família, é Bolsa Crack pra vagabundo se drogar com patrocínio do governo, é auxílio reclusão para os filhos dos vagabundos que estão na prisão... É muita bolsa, muita bondade, muito paternalismo de um governo carinhoso. Concordo com a tal da bolsa em casos extremos, como para as vítimas da Seca que assola o Nordeste, mas na maioria dos casos, é apenas mais um método "sustenta vagabundo-garante voto" do governo que mantém o povo no comodismo, na preguiça, na miséria e na espera. Muita gente ali naquela multidão me parecia jovem, saudável e apta a trabalhar, mas trabalhar pra quê? Basta fazer cara de cachorro que caiu da mudança, danar a botar filho no mundo, cruzar os braços e abrir as pernas, literalmente, e depois se inscrever para receber o benefício. Fácil. Tem bolsa alguma coisa para quem estuda, trabalha e é honesto? "Muidifici", diria meu povo antigo. Tenho vergonha dessa gente tacanha que vive catando as migalhas que lhes jogam em vez de trabalhar pelo próprio pão. É isso.