Mostrando postagens com marcador azul. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador azul. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Atendimento

                               Resultado de imagem para flor azul



Voltei ao Banco do Brasil, mas dessa vez foi na agência da Vila Romana, Zona Oeste de São Paulo. 
Cumprimentei o segurança e me dirigi à porta giratória para mais um malabarismo e me surpreendi quando ele fez sinal para eu esperar; perguntou se eu havia retirado a senha e disse que a gerente iria abrir a porta lateral para eu passar. Não acreditei!
Sim, precisei tirar celular, chaves e afins da bolsa, mas tudo feito e pedido com muito respeito e paciência.
A funcionária abriu a porta lateral e eu agradeci; ela estranhou o fato de eu agradecer por uma atitude que deveria ser praxe em todos os bancos e outros locais frequentados por pessoas com necessidades especiais.
Fiz o que precisei fazer e depois deixei a agência pensando na diferença de tratamento, na decoração do local e na localização do banco.
A agência do Parque Novo Mundo foi mal planejada, pois é preciso subir escadas para ir aos caixas. A decoração não é aconchegante. Os gerentes são dois senhores lentos e mal ajambrados. A mocinha que ajuda as pessoas logo na entrada da agência é muito fraca, atrapalhada e inexperiente. A clientela é, na sua maioria, de pessoas simples que vivem nas comunidades próximas.
A agência da Vila Romana é decorada com elegantes e bonitos assentos em tecido azul claro. Têm caixas no térreo, mas um elevador será instalado em breve. A gerente é uma jovem discretamente vestida e muito simpática. Os funcionários são educados e prestativos. A clientela, na sua maioria, é de pessoas com melhor poder aquisitivo, boa Educação e que moram nos elegantes prédios da região.
Mas será que essas diferenças justificam o péssimo atendimento em uma agência e o ótimo atendimento na outra?
O problema estaria nos funcionários, nos guardinhas, nos clientes, na decoração, nos bairros?
Educação e respeito deveriam estar presentes em todas as ocasiões, independente de qualquer coisa.
Eu penso assim.
É isso.




                                         Resultado de imagem para flor azul

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Ouro Azul

                                 


Calorão de quarenta graus; insuportável.
Muita água, muito gelo.
Muita falta d'água também!
Ficamos mais de vinte e quatro horas sem água durante esse fim de semana. Por um lado até achei bom, explico: Assim os vizinhos sem noção e sem educação não desperdiçaram o precioso líquido lavando calçada e carro; hihihi.
E o problema da falta d'água não é novo; é algo que previu-se há muito tempo mas que atitude nenhuma foi tomada. Lembro que em 2004 trabalhei em uma escola particular e já trabalhávamos com os alunos essa questão: O Futuro da Água no Mundo. Água, o ouro azul.
Os alunos fizeram pesquisas e apresentaram propostas interessantes e até óbvias, considerando o presente que naquela época era futuro: Falta d'água, poluição, desmatamento, cidades super lotadas (é junto ou separado? ainda não me adaptei a esse maldito e inútil e besta novo acordo ortográfico!).
Se, há dez anos os problemas já eram apontados, por que nada foi feito? Até a nascente do belíssimo e majestoso Rio São Francisco, o Velho Chico, secou!
Quando a humanidade aprenderá a respeitar a Mãe Natureza?
Quando a humanidade aprenderá que dinheiro compra muitas coisas e traz poder, mas dinheiro não produz água, oxigênio, vida!
E por falar em água, dia oito de outubro foi Dia do Nordestino e li muito preconceito, intolerância, racismo e idiotices contra o Nordeste e o povo nordestino: "Bem que poderiam separar o Brasil do Nordeste... Nordestino não é gente... Tomara que não chova mais no Nordeste!".
Essa última frase só pode ter saído de uma mente estúpida, tacanha e burra, pois não chove há muito tempo aqui em São Paulo e já enfrentamos o racionamento! Pensa antes de falar qualquer porcaria, criatura burra e racista!
Outras tolices que li nas redes sociais são críticas ambíguas aos eleitores do Norte e Nordeste: "Têm orgulho de ser Nordestino mas votou na Dilma, ou, Têm orgulho de ser Nordestino mas apóia o Aécio".
Peraí! Nordestinos e Nortistas são criticados ou por votarem em um ou por apoiarem outro?! Não é preciso tomar uma decisão e escolher um?! Por acaso têm outros candidatos para o segundo turno?! Tem outra opção? Talvez sejamos a tal da margem de erro...
E seguimos em frente com eleições, calorão, falta d'água e gente besta. Arre égua!
É isso.


                                        


                                         

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Evolução

                                     


Limpava os aquários improvisados com a "ajuda" dos gatos e depois de tudo pronto coloco a comida para os peixes, até aí tudo bem.
Betanilson, o peixe macho, azul, exuberante, agressivo e lindo aprendeu que vai ser alimentado quando me vê aproximar do aquário. Ele se aproxima da superfície e exibe toda sua graça e beleza azul e, consequentemente, ganha comida.
Betânia, a fêmea, é mais discreta, tímida e espera quietinha junto à pedra que lhe serve de porto seguro e refúgio. 
Reparei que enquanto Betanilson nada e se exibe, Betânia fica sempre no piso do aquário, não achei palavra ou termo melhor. 
Observei que ela "anda" com suas barbatanas da barriga e usa as nadadeiras para manter o equilíbrio. Interessante!
Observei que o hábito de "caminhar" da peixinha é algo que ela faz com naturalidade e que vem sendo melhorado com o passar dos anos, décadas séculos, milênios, eras... É a Evolução das Espécies, de acordo com Charles Darwin. Da hora.
Comentei com um conhecido e ele achou estranho e "anormal" eu fazer esse tipo de observações. Anormal? Tu tem que me ver falando com as plantas, com os bichos, com o céu, com a Natureza...
E o que é normal?
Observo também o comportamento dos meus gatos e cada um tem sua personalidade própria. Acho muito bonitinha a relação de confiança, amizade, amor e até certa possessividade entre Ébano Nêgo Lindo e Boreal. Estão sempre juntos e quando não estão, basta um miado e pronto, um deles vem correndo ao encontro do outro. Lindo isso.
Aurora e Morena Rosa não podem me ver pegar as chaves que pensam que vão passear de carro. Adoram.
Se eu pego a colher e o prato deles, já sabem que vão ganhar ração molhada.
Às vezes penso que todos nós carregamos um mesmo código genético que nos une e nos iguala e o que nos separa são os graus de evolução. Acho que somos feitos da mesma matéria e reações químicas e físicas, mudanças geológicas, a Geografia e outros fatores nos moldaram e nos transformaram em espécies mais ou menos desenvolvidas, mas sempre carregamos aquela centelha que nos faz ser quem somos.
Sei lá. Meio maluco isso.
Tem gente que acredita na Teoria do Criacionismo, eu respeito. 
Eu acredito na Evolução.
Somos bichos estranhos e nem tão normais assim.
É isso.


                                      

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Roupão

                                 

Comprei um novo roupão; é cor de rosa, comprido, fofinho, quentinho e muito macio.
Meus dois roupões azuis estão se desintegrando, literalmente, e os deixei para os gatos, que adoram.
Tenho apego às coisas, mas não um apego tacanho, egoísta ou mesquinho, é apenas um apego de bem querer. Faz bem querer bem.
Sou egoísta quando o assunto são meus livros, aí não tem jeito mesmo.
Já tive um par de tênis coloridos que foram jogados fora sem meu conhecimento. Minha irmã Rosi teve a ideia e a executou junto com uma prima e uma tia. Fiquei triste, gostava tanto do velho tênis colorido.
Junto com o novo roupão veio um par de pantufas fofinhas, bonitinhas e destinadas a pezinhos normais. Não tenho pezinhos, tenho pezões acromegálicos.
Já tenho destinatário para as pantufas fofinhas.
Tive um longo e cansativo dia, amanhã será melhor. 
É isso.


                                         

sábado, 15 de junho de 2013

Santa Catarina

                                


Dia frio e cinzento hoje, bem ao modo paulistano. Dias assim deixam São Paulo mais São Paulo ainda. Adoro. 
Venho lá do Sertão quente, seco, esquecido por Deus e pelos homens, principalmente, mas tenho uma queda pelo frio, pelos ventos frios, pelo cinza. Acho que sou assim meio cinza, não sou colorida, não sou de chamar a atenção.
Isso explica o gosto pelo frio, pelo cinza, pela chuva.
Sonhei hoje caminhando por uma cidade praiana muito bonita. Era uma cidade deserta, fantasma; não tinha moradores, mas tinha muita gente olhando o mar. As casas estavam abandonadas, havia algumas já bem destruídas, outras ainda intactas. Roupas no varal sacudiam fortemente ao sabor dos ventos. Ventava muito.
Mas eu percebia em minhas caminhadas por essa cidade que em uma determinada casa os ventos eram mornos e mais delicados e não entendia porque as roupas foram estendidas no varal do lado de fora, onde ventava bem mais forte e fazia muito frio.
As pessoas por ali nada falavam, apenas observavam o mar. Era como se um dia tivessem morado ali e foram apenas para visitar ou se despedir.
Era uma baía azul, com casa brancas de janelas azuis.
Os ventos me fizeram lembrar de Ilha Comprida (SP) e das praias de Santa Catarina.
A partir do litoral sul de São Paulo as águas são frias e o vento é mais forte. Estive em Santa Catarina durante o verão e lá os ventos são fortes e por isso atraem os surfistas. Durante a noite esfria bem e mesmo em dias ensolarados as temperaturas são amenas, bem opostas às esturricantes temperaturas do Norte e Nordeste.
Quero conhecer as praias do Rio Grande do Sul e quanto mais desertas e frias, melhor.
As pessoas vão à praia, principalmente no eixo Rio-São Paulo, para exibir seus belos corpos, seus biquínis e acessórios de marca; raros vão apenas para ver e apreciar o mar.
Eu aprecio e adoro o mar.
Vontade de pegar uma estrada para ir de encontro ao mar.
Quero conhecer a Praia da Joaquina, em Santa Catarina. Reza a lenda que Joaquina era uma rendeira que adorava o mar. Subia as dunas para fazer suas rendas enquanto olhava o mar e um belo dia uma onda veio e a levou. 
Bonita lenda.
Sei lá, dias frios e cinzentos me deixam mais cinza ainda.
Preciso ver o mar azul, verde, cinza...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Imagens e Detalhes

                                     

Sou muito observadora e como disse minha irmã Rosi: "A gente pega as coisas é nos detalhes". E ela está certa.
Desanimou-me o detalhe da capinha de dólar do doutor galã: ostentação e frieza.
Desanimou-me o corpinho de caminhoneiro do cardiologista: médico que cuida da saúde alheia tem que cuidar da sua saúde primeiro.
Desanimou-me a bagunça da recepção do consultório do ortopedista: imaturidade e bestagem de gente jovem e deslumbrada demais. Mas a seriedade e profissionalismo do doutor compensou a desorganização.
Bom...
Saio da clínica veterinária e me deparo com um senhor idoso acompanhado por um simpático cachorro de pelagem e olhos cor de caramelo; lindo.
O cachorro se aproxima de mim e eu lhe afago.
O idoso diz que andava pelo bairro desde manhã e que iria pedir um pouco de ração no pet shop que fica no andar de baixo da clínica. 
Perguntei-lhe se ele e o cão haviam almoçado e ele disse que um rapaz de uma firma havia dado um marmitex que foi dividido e devorado por ambos: ele e o cachorro.
Que Deus abençoe esse rapaz.
Eu perguntei ainda se ele e o cão haviam tomado água, essas comidas de marmitex são bem salgadinhas.
O idoso me pediu um real para comprar um pouco de ração caso o pessoal do pet shop se negasse a dar-lhe alguma. Eu tinha cinco reais na bolsa e dei a ele para comprar a ração do cachorro. Ele me agradeceu, o cachorro esfregou a cabeça em minhas pernas ao mesmo tempo agradecendo e pedindo carinho. 
Fui ao Pet Center da Marginal e passei pelos locais onde têm animais em exposição para a venda: cães, coelhos, aves, peixes...
Os cachorrinhos corriam para a frente de suas jaulas/gaiolas e abanavam o rabinho; as aves abriam suas asas coloridas e conversavam em sua língua exótica; dei a volta pelo aquário e o simpático e risonho baiacu me acompanhou. Fiquei contente pela saúde e bem estar do baiacu, pois da outra vez que lá estive, o peixe não estava muito disposto.
Volto para casa pela Marginal Tietê e entro em rua que tem um enorme terreno à venda, passo muito rápido mas vejo uma imagem azul que me lembrou a imagem de Nossa Senhora de Aparecida. Dei marcha à ré e reparei que não era uma imagem, mas um saco de lixo azul que se dobrara e parecia a imagem da santa.
Cheguei em casa e alimentei os gatos com a ração nova e dei o remédio de Aurora. Sentei-me no sofá e estiquei as pernas, meus joelhos doíam muito, principalmente o direito, que estava inchado e parecendo uma broa de milho. Dirigi muito o dia inteiro.
Cochilei um pouco e me veio à mente a imagem de São Lázaro acompanhado por seus cães e a imagem de Nossa Senhora de Aparecida em seu manto azul.
Oxe! Que bom! Obrigada pela visita. 
Minha irmã Rosi tem razão, as coisas se revelam nos detalhes.
É isso.



                                 



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Toalha plástica

                                            


Na lista de material escolar tinha um item que era meu sonho de consumo: a toalha plástica para cobrir nossa carteira na escola.
Cada professora pedia uma cor, mas os alunos que já tivessem a toalha do ano anterior poderiam usá-la sem problema.
Era um metro quadrado de plástico quadriculado nas cores amarela, azul, vermelho ou rosa; algumas cores eram lisas e em tons claros.
Algumas professoras adotavam a cor rosa, mas os meninos se recusavam a usar e o jeito foi adotar duas cores: rosa e azul.
Eu achava lindo olhar meus coleguinhas abrir as mochilas, tirar a toalha plástica, desdobrar e abrir sobre a mesa. Colocavam seus lápis, estojo, cadernos e livros sobre a mesa forrada com a toalha tão bonitinha. Eu gostava das amarelinhas.
Cobrir a mesa era hábito dos alunos até a quarta ou quinta série e depois dessas fases os alunos já se achavam grandes e maduros o bastante para usar a carteira sem toalha nenhuma, toalha era coisa de criança do primário, diziam eles.
É isso.


                                           





domingo, 27 de maio de 2012

Fim de Tarde

Fim de tarde do meu portão
                                              


Adoro fins de tarde.
Paro para observar a claridade dourada, a luz, a sombra, o comportamento dos pássaros e da Natureza.
Tem gente que não liga para isso, acha que é bobagem; gente que apenas vive a vida prática, fria, insensível às vezes.
Fui tomar minha dose mensal de Sandostatin LAr e claro, teve alguma burrocracia até eu conseguir tomar a bendita injeção.
Volto para casa. Era um belo fim de tarde.
Observo o movimento das folhas das árvores sob o sabor dos ventos, o azul do céu, o dourado da tarde que se despede aos poucos para dar lugar à noite. É o crepúsculo.
Tudo e todos dormem. Tudo e todos precisam descansar. Tudo e todos amanhecem até o dia que cumpram seus ciclos e não amanheçam mais por aqui, mas em outro lugar.
A passarinhada corre para as árvores, é hora de dormir, de se aconchegar em um cantinho e descansar; amanhã mais uma batalha pela vida.
Observo esse movimento, essa mudança diária. Observo a Natureza, a vida, o ciclo.
Às vezes acho que não sou muito normal.
Mas normal é ser frio, prático demais, insensível? 
A vida não é apenas trabalho, obrigações, convenções, muitas vezes fingir aquilo que não é apenas para ser aceito em um grupo, por exemplo. 
Não, isso não é para mim.
Gosto dessa minha relação com as coisas da Natureza.
A vida moderna é tão rápida e tão corrida que são taxados de loucos aqueles que desaceleram um pouco para apreciar a dádiva da vida.
Agradeço por poder ver, ouvir, sentir e viver.
Sou normal.
É isso.


                                               

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Mar

                                       
Sonhei de novo com o mar.
Mar bravio, forte, azul, intenso.
Mar de águas aconchegantes.
Vou ao litoral para apreciar o mar e sua bela fúria, não vou para torrar sob o sol. 
Estou louca para ver o mar.



                                       

domingo, 13 de maio de 2012

Setembro

                                                                  


Além de maio, setembro é outro mês marcante para mim.
Alguns eventos tristes, fortes e marcantes aconteceram em setembro.
Lembro exatamente da bela tarde de Primavera de vinte e oito de setembro de 1989. Céu azul, nuvens brancas, tarde dourada e uma forte, tensa e intensa escuridão dentro de mim.
Já travei batalhas solitárias para segurar a dor que me devorava e para parecer normal aos olhos das pessoas... Dor, angústia, medo, dúvida.
Ouvia no rádio de pilha de mamãe canções da nossa MPB (música popular brasileira) e me intrigavam as canções Paralelas e Manhãs de Setembro da cantora Vanusa.
Pétalas, Meu Bem Querer, Faltando Um Pedaço de Djavan; músicas de Lulu Santos, Zé Ramalho, Fagner...A boa e velha MPB e não os "tche re re, eu quero tchu tcha" de hoje. Na boa.
Eu doía, sofria, chorava... tudo por dentro.
Não sei.
Tenho sonhado diariamente com mamãe e tenho essa agonia dentro de mim.
Tenho tido flashes de imagens do meu coma e me assustam.
Tenho medo das coisas que vi e peço a Deus que quando chegar minha hora, que eu vá em paz, que eu feche os olhos para esse mundo e os abra já na companhia de papai, mamãe, meu Paipreto, avô José, Mãevelha e o meu povo antigo na casa verde e azul. Na santa paz de Deus. Amém.
Não vou mais acordar chorando.
Metade de agosto e setembro inteiro em coma; era 2009.
Mas tem coisa boa também, graça a Deus, eu "vi" uma delas durante um flash, durante um apagão rápido de segundos no qual viajo até o arquivo do coma e lá revejo e relembro as coisas que vi e/ou me foram mostradas.
Esses flashes dessas viagens rápidas me assustam.
Em alguns meses será o aniversário de três anos dessa agonia, da dor, sofrimento, medo, solidão, culpa, injustiça, frio, fome, sede e uma vontade enorme de me libertar daquela tormenta, meu Deus.
Sei lá, música, coma, flashes, medo, desconforto...Vou parar por aqui.
Os dias ruins já se foram...
Dias Melhores Virão.
Estão a caminho.
Por favor, Deus, eu já doí demais.


Mar, meu doce mar
                                                  

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Homem do Casulo Branco

                                          


Eu era pequena e dormia no quarto com minhas primas Sônia e Conceição, que já eram adultas.
Nos outros quartos dormiam Mãevelha e Paipreto, mamãe grávida de Naldão e com Rogério bebê (como mamãe mesma dizia: "Era igual a São Bento, um fora e outro dentro"), e outros parentes.
Era uma casa grande de calçada alta, portas e janelas amplas e pintadas de azul céu.
Havia uma bodega (bar/boteco) bem ao lado da casa e havia chovido muito durante a noite.
Houve uma briga de bêbados e na manhã seguinte acordamos com os gritos de pessoas que passavam por ali; o corpo de um homem virado de bruços e o sangue a colorir a água da poça formada pela chuva da noite anterior.
Paipreto não deixa que eu saia à calçada da casa, não quer que eu veja aquela imagem.
Anoitece e é chegada a hora de irmos para a cama; deito-me na grande cama de casal com minhas primas Sônia e Conceição, eu fico no meio e elas servem de proteção para eu não cair.
Mãevelha deixava um cadeeiro ou um lampião de gás sempre aceso durante a noite; aprendemos que não é bom deixar tudo escuro, pois os anjos são guiados pela luz até nossas casas.
Adormecemos.
Sou acordada por um clarão azulado e o vai e vem de um homem baixo e moreno que entra e sai rapidamente do quarto. 
Cubro a cabeça e olho por uma brecha no lençol e vejo o homem sair dos cômodos da casa carregando enormes casulos brancos nas costas e os encostando na parede do corredor. O que será que esse homem está fazendo? O que são essas coisas grandes e brancas que ele carrega nas costas? Por que ele faz isso? Por que está aqui? Quem é esse homem?
Fazia essas perguntas mentalmente enquanto observava o homem apressado em sua tarefa.
O homem encosta vários casulos brancos grandes na parede e vem em direção ao quarto em que estou com minhas primas! Ele enrola e leva minha prima Sônia e depois volta para buscar minha prima Conceição. Entro em pânico; não tenho forças para gritar e chamar mamãe, Paipreto, Mãevelha e acordar a casa toda. 
Tento acordar minha prima Conceição quando o homem leva a prima Sônia, mas ela está imóvel. Me enrolo ainda mais no lençol e me encolho, numa tentativa de não ser vista pelo homem do casulo branco.
Pronto. O homem já tem todos os casulos de que precisava, estão todos encostados na parede e agora se prepara para levá-los embora. Meu Deus!
E me vi sozinha no quarto e na casa e estava com muito medo; o homem confere os casulos e volta ao quarto: "Meu Deus, ele vai me pegar agora!", mas o homem se aproxima da cama, me olha, sorri e vai em direção ao corredor; a luz azulada parece segui-lo.
Acordo chorando, nervosa e minhas primas perguntam o que foi. Contei o que vi e minha prima Sônia diz para eu rezar para Nossa Senhora do Desterro e pedir a ela para me proteger, e à minha família também. 
Sempre. 
Amém.
O homem do casulo branco não me parecia mau, me parecia com muita pressa em concluir seu trabalho, conferir tudo direitinho e ir embora.
Mas quem era esse homem? O que eram aqueles casulos? Por que e pra que ele queria aquelas pessoas enroladas em forma de casulo naqueles lençóis brancos? Por que ele não me pegou? Por que ele sorriu para mim?
Tempos depois nos mudamos para uma casa perto da pista, em Gravatá.
Tempos depois meu Paipreto vai para o céu.
Tempos depois Mãevelha, minha prima Sônia, papai e mamãe também vão para o céu.
Ficamos nós, as crianças da época. Somos adultos hoje.
Nossa Senhora do Desterro, proteja a mim e a minha família. Proteja a todos nós.
Amém.


casulos
           



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Tardes

                                        


Adoro os fins de tarde, principalmente fins de tarde outonais.
O sol, o céu de um azul lindo e intenso, o vento frio.
Muitas árvores em flor: quaresmeiras, paineiras, jasmins...
As tardes frias e ensolaradas me trazem boas lembranças, doces lembranças.
Adoro Outono.
É isso.