domingo, 13 de maio de 2012

Setembro

                                                                  


Além de maio, setembro é outro mês marcante para mim.
Alguns eventos tristes, fortes e marcantes aconteceram em setembro.
Lembro exatamente da bela tarde de Primavera de vinte e oito de setembro de 1989. Céu azul, nuvens brancas, tarde dourada e uma forte, tensa e intensa escuridão dentro de mim.
Já travei batalhas solitárias para segurar a dor que me devorava e para parecer normal aos olhos das pessoas... Dor, angústia, medo, dúvida.
Ouvia no rádio de pilha de mamãe canções da nossa MPB (música popular brasileira) e me intrigavam as canções Paralelas e Manhãs de Setembro da cantora Vanusa.
Pétalas, Meu Bem Querer, Faltando Um Pedaço de Djavan; músicas de Lulu Santos, Zé Ramalho, Fagner...A boa e velha MPB e não os "tche re re, eu quero tchu tcha" de hoje. Na boa.
Eu doía, sofria, chorava... tudo por dentro.
Não sei.
Tenho sonhado diariamente com mamãe e tenho essa agonia dentro de mim.
Tenho tido flashes de imagens do meu coma e me assustam.
Tenho medo das coisas que vi e peço a Deus que quando chegar minha hora, que eu vá em paz, que eu feche os olhos para esse mundo e os abra já na companhia de papai, mamãe, meu Paipreto, avô José, Mãevelha e o meu povo antigo na casa verde e azul. Na santa paz de Deus. Amém.
Não vou mais acordar chorando.
Metade de agosto e setembro inteiro em coma; era 2009.
Mas tem coisa boa também, graça a Deus, eu "vi" uma delas durante um flash, durante um apagão rápido de segundos no qual viajo até o arquivo do coma e lá revejo e relembro as coisas que vi e/ou me foram mostradas.
Esses flashes dessas viagens rápidas me assustam.
Em alguns meses será o aniversário de três anos dessa agonia, da dor, sofrimento, medo, solidão, culpa, injustiça, frio, fome, sede e uma vontade enorme de me libertar daquela tormenta, meu Deus.
Sei lá, música, coma, flashes, medo, desconforto...Vou parar por aqui.
Os dias ruins já se foram...
Dias Melhores Virão.
Estão a caminho.
Por favor, Deus, eu já doí demais.


Mar, meu doce mar
                                                  

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