sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ser Humano

Estou indo ao Pet Shop e encosto o carro para atender ao celular; não era nada importante, apenas uma cobrançazinha básica.
Desligo o celular e ouço uma gritaria, vejo um homossexual discutindo com um rapaz e outras pessoas que estavam em um bar.
O homossexual é agredido verbalmente, recebe alguns chutes do agressor e ameaça chamar a polícia.
As pessoas paravam para ver a cena dantesca e achavam muita graça naquilo; ninguém tentou ajudar.
O homossexual disse algo que me intrigou: "Você é muito macho e quer bancar o santinho pra sua mãe, mas você é um comedor de v...!"
A mãe do rapaz falso moralista quis tomar satisfação com o gay, mas ele não permitiu, virou as costas e foi embora.
Fiquei pensando...
Já vi e li muitas reportagens e documentários sobre homens ditos muito másculos, machões, casados e pais de filhos que mantêm uma vida amorosa/sexual secreta. 
Saem com travestis, mantêm relacionamentos sérios com eles mas mantêm o casamento "normal" para poder serem aceitos pela família, colegas, amigos e a Sociedade. 
Mas o fato mais curioso e até revoltante, algumas vezes, é que muitos desses machões que têm relacionamentos homossexuais dizem odiar gays, lançam palavras de ódio e intolerância e se dizem muito moralistas e defensores da moral e dos bons costumes das famílias.
Li um artigo no jornal americano San Francisco Chronicle onde um leitor mandara carta com algumas dúvidas e questões para a senhora que respondia às cartas dos leitores, a Dear Abby.  Na carta o leitor diz que é casado há mais de vinte anos, tem filhos e uma bela família constituída, mas aos fins de semana vai pescar com o amigo de infância que também é casado e tem filhos.
Até aí nada demais, mas o "problema" é que os amigos na verdade são amantes e pescar é só uma desculpa para ficarem sozinhos e se amarem. Para as famílias de ambos é tudo muito normal, pois amigos saem para pescar.
Os amigos se amam desde pequenos, estudaram na mesma escola, moravam no mesmo bairro e se casaram no mesmo dia. 
Meio parecido com o filme Brokeback Mountain. Uma das cenas que achei belíssima é quando a personagem do falecido Heath Ledger diz para o amante, interpretado por Jake Gyllenhaal: "Você me faz desejar aquilo que não posso ter".
Achei a frase bela, forte e sofrida.
Sonho com o dia em que a máscara do falso moralismo caia e todas as diferenças sejam respeitadas e as pessoas possam amar quem elas quiserem.
Lembro de uma frase do neurocientista da série Perception:"Ser diferente, ser único é uma característica de ser humano".
Como já disse antes, sou heterossexual, mas respeito a todos e as suas escolhas.
É isso.



                       


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