terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Papel Higiênico

                              

Papai contava que no seu tempo ninguém usava papel higiênico e no lugar usavam sabugo de milho, folhas de mato, jornal e o que desse para fazer o papel, literalmente, de papel higiênico.
Banheiros eram usados só para tomar banho, como o nome sugere, e para as necessidades usava-se penicos ou iam no mato.
Papai contou que uma vez teve dor de barriga e parou no mato para se aliviar, mas na pressa de sair logo dali não prestou atenção no mato à volta e pegou folhas de urtiga. Imagina o estrago?
Ele contou que voltou para a casa o mais rápido que pode e fez um banho de assento para refrescar o ardor.
Nos mudamos para São Paulo em tempos mais modernos e um dos itens da lista de compra era papel higiênico. Minha avó Mãevelha dizia "papé higiene" e por não andar, fazia suas necessidades no penico.
Nós nos ligávamos quando víamos nossa avó ajeitando o penico debaixo de seu vestido florido, pedindo papel higiênico e água e sabão para lavar as mãos; corríamos lá pra fora, mas meu irmão Rogério, sempre desligado, era a vítima incumbida de limpar o penico e trazê-lo de volta para ela; ele ficava bravo e dizia: "P... que paliu, Mãevelha, a senhora tinha que c... justo agora?!"
Nós ríamos dele e ele ficava doido com a gente. Mas quem manda ser tão desligado?
Mamãe não aprovava esse nosso comportamento descarado.
É isso.

                              



                                 
                             

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