quinta-feira, 3 de maio de 2012

Gato Branco Do Meu Pai

Mamãe e papai criaram seis filhos, uns com mais mimos do que os outros, mas verdade essa veementemente negada por ambos quando confrontados por nosso ciúme fraternal.
Papai mimava muito nossa irmã caçula, Renata, e mamãe mimava demais nosso irmão Rogério.
Papai chamava Renata de "meu gato branco".
Reclamávamos da preferência filial, mas ambos negavam e vinham com a mesma ladainha: "De onde saiu um saíram os outros, são todos meus filhos, trabalhamos para dar de comer a todos, não tem mais bonito nem mais feio, não tem diferença nenhuma, Oxe!"
Fubá fazia graça: "Tem mais bonito sim! O mais bonito sou eu!".
Era segunda-feira e aguardávamos o fim da novela para assistirmos à Tela Quente; Rogério sai do banho e pergunta a Naldão: "Qual é o filme da Tela Quente de hoje?"
Naldão responde: "O gato branco do meu pai".
Caímos na gargalhada e papai e Renata não gostaram nenhum pouco da brincadeira, claro.
Em vez de filme, tivemos mais uma sessão sermão e reivindicamos direitos fraternos igualitários. Reivindicamos igualdade entre a maternidade, a paternidade e a irmandade.
Assim seja.


                                             


                                           

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