terça-feira, 8 de maio de 2012

Gás

Toda semana o caminhão do gás passava lentamente pelas ruas tocando aquela musiquinha chata.
Trabalhavam o motorista e o ajudante, que gritava a plenos pulmões: "Olha o gás, freguesa! Quem quer gás?! Se não comprar hoje, só na semana que vem, freguesa!"
O ajudante para em frente ao nosso portão e grita sua oferta; mamãe pede a Naldão para dizer ao simpático ajudante que não quer o gás. Beleza.
Naldão preparava-se para almoçar e teve que interromper para atender ao pedido de mamãe.
Naldão tem a incrível habilidade de fazer uma montanha de arroz no prato, fazer um buraco no topo da montanha e lá dentro encher com caldo de feijão e uns três ovos fritos com a gema mole. Fica parecendo um vulcão em erupção.
Pratinho pronto para ser devorado e Naldão vê-se mais uma vez obrigado a adiar o prazer da gula para atender mais uma vez ao insistente ajudante, que, antes de berrar de novo, assusta-se com a exuberante imagem de meu irmão segurando seu pequeno prato-montanha e berrando em sua única e exclusiva voz: "Qué nãaaaaaaaaaaaaaooooooooooo!"


                                                 
                                                 

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