terça-feira, 3 de abril de 2012

Confeito

                                      


Nossa prima Valéria, aquela da "criatura de Jesus", havia chegado a pouco tempo a São Paulo e ainda carregava o forte sotaque pernambucano.
Valéria também tinha outras formas de nomear as coisas, objetos, alimentos etc...
Por exemplo: aqui em São Paulo "bala" pode ser de revólver ou o doce, já para nossa prima "bala doce" era "confeito".
Confeito é de fato um doce, mas soava estranho para nós habituados ao linguajar paulistano.
Uma tarde brincavam todos na rua, naquela época isso era possível, e avistam o "tio do doce"; todos correm até ele e escolhem seus pirulitos, doces, balas, maria-mole etc...
Valéria pergunta: "Oh moço, o sinhô tem daquele confeito miudinho?"
O "tio do doce" não sabia o que exatamente era o tal do "confeito miudinho" e mostrou à nossa prima as opções açucaradas das quais dispunha.
Fubá estava presente durante a cena e educadamente diz a Valéria: "Que confeito miudinho o quê?! É bala, sua abestada!"
"Oxe, Fubá. Eu não vou atirar em ninguém! Eu quero é confeito!".


                                      



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