sexta-feira, 13 de abril de 2012

Piscina de Rico

                                                

Como já disse, os programas vespertinos são bem ruinzinhos e vivem geralmente às custas de pequenas tragédias familiares de gente simples, do Big Brother e da programação dos outros canais mais importantes.
Zapeava pela TV, faço muito isso, e parei em um canal que exibia um estilista em uma praia procurando pessoas que aceitassem trocar o biquíni/maiô por um modelito sugerido por ele.
O estilista andou pela praia e depois foi para um condomínio de luxo sugerir o mesmo às beldades ricas, siliconadas, "botocadas" (excesso de botox), e com inteligência inversamente proporcional à beleza fabricada e comprada.
Estão todas em volta da piscina, mas ninguém cai na água. Era para não estragar a maquiagem e nem desmanchar a chapinha. 
Estão todas usando joias, relógios caros e salto alto! Numa piscina?! Era para ostentar; a piscina era só um point, um local de encontro para a amostra exibicionista.
Os homens do grupo até que caiam na água, mas as moçoilas não.
Sou do tempo que roupas de banho, biquíni, maiô e afins eram usados para facilitar a entrada na água e pegar uma cor.
Sou do tempo que piscina e praia eram lugares onde íamos para cair na água mesmo, sem frescuras nem modismos.
Mas é a moda dos novos ricos. 
O cabra quando nasce rico é uma coisa, agora, quando o cabra nasce pobre e fica rico...Haja ostentação e breguice!
Se rico faz uma coisa, lança uma moda é porque é rico e fashion, e rico pode tudo.
Se o pobre faz uma coisa chamativa, é porque é pobre.
Outra diferença está nas festas de pobres e ricos.
Nas festas de ricos são servidos canapés com nomes estranhos e sabores idem; os convidados beliscam a comida e ficam segurando o copo de bebida do começo ao fim da festa enquanto ouvem aquela musiquinha chata de elevador.
Nas festas de pobre o povo ataca os salgadinhos, coxinhas, risoles, bolinho de queijo e enchem o copo plástico descartável várias vezes com cerveja ou refrigerante e tudo ao som de um bom pagode. Enchem o bucho e ainda esperam para cortar o bolo, e na maior cara de pau, pedem um pedaço para levar para a mãe, o pai, a avó, o tio, o filho ou algum coitadinho que não pode comparecer à festa.
Estou louca para ir à praia. Prefiro praia a piscina. Mas vou entrar no mar sem joias, maquiagem ou salto alto e quando sair, vou comer peixe frito com uma cerveja bem gelada; talvez duas.
Prato de rico

Prato de pobre
                                        


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