sexta-feira, 2 de março de 2012

Cordeiro de Deus

                                              


Madrugada, 1h50. 
Insônia, preocupação, desassossego.
Ando pela casa, assisto TV, leio, converso com meus gatos.
Volto para cama e sinto-me muito cansada, mas nada de o sono chegar.
Ouço os barulhos da rua, o miado dos gatos da vizinhança, o latido dos cachorros.
Começo a cochilar; meus gatos estão deitados no chão, muito calor. 
Adormeço.
Acordo com uma coisa úmida a me lamber a testa e um ronronar; é Aurora, minha gata mais inteligente, esperta, terrível e linda. Minha favorita.
Eram 4h30.
Aurora me acorda, se aconchega em mim, me abraça e eu retribuo o carinho e a preocupação dela com muitos afagos.
Dali a pouco chegam Ébano, Alice e Léo Caramelo e é um festival de ronronar fofo e todos querendo demonstrar seu carinho para comigo.
Alice estica seus longos braços e deita a cabeça no meu ombro; olha languidamente para mim e diz: "Eu estou aqui. Nós estamos aqui". 
Sim, sei que gatos não falam, mas muitas coisas não precisam de palavras para serem ditas ou sentidas.
Por fim sobem Branca e Morena Rosa e a fofura prossegue.
Minha cama de solteiro está pequena demais para nós sete; preciso comprar uma cama de casal.
Levanto-me, tomo meus remédios, vou arrumar o quintal, colocar o lixo pra fora, assistir ao Globo Rural e aos telejornais matinais.
Dei uma cochilada no sofá, mas sempre sob os olhares atentos da minha gataiada.
É ruim ter o sono "quebrado", interrompido; ficamos mais cansados e levantamos meio moles, meio perdidos, como se tivéssemos acabado de voltar de algum lugar estranho. Olhamos à volta para reconhecer nosso espaço, nosso canto, nossas coisas.
Durante as poucas duas horas de sono que dormi, tive pesadelos. Acho que foi por isso que Aurora veio me acordar.
Sonhei com cães perseguindo meus gatos, sonhei reagindo a um assalto, sonhei com pessoas me dizendo coisas que eu já sabia. Curioso é que não tenho muito contato e/ou intimidade com essas pessoas, para mim são apenas conhecidos que vejo de vez em quando, mas que sei de alguns podres seus. Ah! A boa e velha fofoca. Ou como dizia mamãe: "Não estou fofocando, estou apenas comentando". Tá bom, mãe.
Mas o que me assustou mais nesses pesadelos foi eu reagir ao assalto e o assaltante era um adolescente de uns 14 ou 15 anos. Ele segurava um revólver velho de cano fino e estava bem enferrujado; eu tentava tirá-lo de suas mãos e por uma porta eu via mais dois ou três meninos de  8 ou 9 anos se aproximando e todos eram da gangue desse menino maior.
Assisto no telejornal que os roubos/assaltos seguidos de morte aumentaram 25% em São Paulo. Meu Deus.
Penso comigo o seguinte: se a pessoa quer roubar, assaltar, que o faça, mas sem matar ninguém. Já não basta a violência do ato em si? Tirar vidas de pessoas inocentes por causa de objetos e dinheiro? Tirar violentamente a vida de pais, filhos, esposos e deixar suas famílias sofrendo por causa de objetos e dinheiro?!
Que valor tem a vida? Pode ser comprada ou trocada por jóias, aparelhos eletrônicos? É vendida em Dólar, Euro, Real?
Meu Deus. Proteja minha casa, minha moradia. Proteja minha família, proteja a todas as pessoas de bem que saem de suas casas para trabalhar honestamente e não sabem o que encontrarão pelo caminho. 
Meu Deus. Que nossos caminhos sejam guardados pela paz, sejam iluminados, protegidos, seguros, felizes.
Amém.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo,
dai-nos a paz.


                                           

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixem comentários, adoro saber o que pensam sobre o blog. Obrigada ;-)