domingo, 11 de março de 2012

Telefone

Um dos primeiros celulares, mais conhecido como "Tijorola"
                                         


Hoje o serviço de telefonia está bem avançado comparando-se à nossa época de orelhões quebrados pelo bairro.
Telefone fixo era muito caro e para poucos. Celulares ainda não existiam e o jeito era pedir para usar o telefone do vizinho riquinho ou procurar pelo bairro um orelhão que funcionasse.
Outro problema era colocar a ficha telefônica do lado certo; sempre apanhávamos para achar a posição correta de encaixe da ficha. Era uma coisa pré histórica.
Depois modernizou e foram criados cartões telefônicos.
Achávamos lindo chegar à casa de alguém e ver o telefone em cima de um móvel da sala; telefone era peça decorativa também. A pessoa que tivesse telefone em casa era considerada rica. 
Hoje temos telefones fixos, celulares, pós pagos, pré pagos etc e tal.
Quando o celular foi lançado só poucos podiam desfrutar das facilidades de se ter um telefone móvel. Os primeiros celulares eram pesadões (tijorolas) e a bateria durava poucas horas; o sinal era fraco também. 
Hoje temos celulares que fazem mil coisas e não sabemos usar nem metade do que o aparelho oferece, mas temos que tê-lo. É o fetiche consumista. Tem gente que compra um celular em dezenas de prestações a perder de vista, mas é melhor afundar-se em dívidas inúteis a parecer um Zé Mané que não tem celular fashion e moderno. 
Essas pessoas não sabem o que Marx disse sobre isso: "O valor de um produto não tem nada a ver com suas características físicas".
Outra coisa que me desagrada ainda no quesito telefone é o atendimento deste. O esperado é a pessoa atender e dizer "alô", mas tem gente que fica muda do outro lado da linha, outros dizem "hein, hã, oi...". Custa dizer "alô"?! Pelo amor de Deus!
Também detesto pessoas que comem e falam ao mesmo tempo quando atendem ao telefone. Das duas uma: ou você come ou você fala, os dois não dá.
Outra coisa que me invoca: Crianças atendendo ao telefone quando queremos falar com o adulto da casa. É bonitinho, mas quando o momento o permite. Geralmente a criança não entende nada do que estamos falando, não sabe quem está falando e não sabe quem está em casa. É um oba oba danado que estressa qualquer um ainda mais se for caso de emergência. Em situações amenas e descontraídas tudo bem os pimpolhos atenderem ao telefone.
Mais uma atitude irritante: Pessoas que ligam para nosso número e perguntam que número é esse; eu respondo: "O número que você ligou".
Ou então perguntam se é da casa de fulano ou ciclano e mesmo dizendo que ligou errado, a pessoa continua insistindo e ligando de novo a seguir.
Uma vez o telefone tocou às duas horas da manhã e corri para atender achando que seria alguma emergência na família. A voz do outro lado da linha era a de uma moça que deveria ter chorado bastante e enchido a cara; ela me perguntou e me intimou: "Meu namorado taí? Eu quero falar com meu namorado!". Disse que ela havia ligado errado e desliguei, mas a moça não acreditou e insistiu querendo saber se o namorado estava presente; eu me irritei e respondi: "Olha, ele acabou de sair daqui". A moça só não me xingou de santa. Vixe.
Mais uma de inúmeras coisas irritantes do telefone são as malditas musiquinhas que são tocadas em alto volume dentro do busão e da sala de aula.  As pessoas perderam o respeito pelos outros.
Telefone é utilidade, mas se transformou em fetiche de consumistas desavisados e abestados.


                                           

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