sábado, 3 de março de 2012

Ruas de Recife, Alceu Valença, Marcas...

Rua da Aurora - Recife
                                               


Como foi dito anteriormente, papai trabalhou no cais de Recife e sempre falava sobre o trabalho e a cidade.
Papai falava os nomes das ruas de Recife e os caminhos que percorria para chegar ao trabalho.
Eu sempre ouvia interessada e ficava curiosa; queria conhecer mais sobre essas ruas.
Há uma canção de Alceu Valença que lembra muito o que papai dizia, é a "Pelas ruas que andei"... Rua do Sol, da boa hora, da Aurora...
Outra canção de Alceu Valença que gosto muito e que me traz nostalgia e uma certa melancolia é "La Belle de Jour". Eu ouvi essa música enquanto caminhava pela Praia de Piedade em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife. Era um dia quente, céu azul, mar de esmeralda e eu acompanhada de minha solidão e meus pensamentos.
Tanta saudade. Saudade arretada de grande!
Eu gosto da maioria das canções de Alceu Valença e a muitas delas tiveram participação em alguns momentos de minha vida.
Gosto também de "Anunciação". Sempre que ouço essa música vejo uma menina montada num cavalo; sendo trazida por ele. A menina brincando com as roupas estendidas no varal. Essa menina seria a filha que quis tanto ter, mas não tive: Mariana.
Falei esses dias com minha tia Antônia de Buíque e ela perguntou quando eu vou lá e eu disse que não sei. A questão nem é tanto a viagem em si, eu adoraria voltar ao meu Pernambuco, a questão é o preconceito mais forte que sofreria devido à minha aparência acromegálica.
Posso falar de cátedra e não me chamem de preconceituosa, pois não sou! Sofro preconceito todo santo dia!
É que nordestinos, sou uma, não medem palavras, falam o pensam sem pensar no que vão falar. É natural deles e creio que a maioria fale sem maldade, mas essa naturalidade incomoda e machuca.
Como já escrevi aqui, já ouvi dezenas de vezes críticas negativas ao meu cabelo, ao "crime" de ter pele clara e "cabelo de negro", à minha falta de beleza física etc etc etc...
Não estou generalizando e muitos podem dizer que não é bem assim, que isso, que aquilo, mas as marcas continuam em mim. 
Outras vezes penso em enfrentar o preconceito em outras terras, situações, locais etc, já sou PhD nisso, mas por mais marcada que eu seja e esteja, toda nova cicatriz dói.
Sei lá.


                                         



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