sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Para Sempre

                              

Eu era criança e achava que tudo era para sempre.
Achava que mesmo envelhecendo, as pessoas seriam para sempre.
Temos tanta certeza disso que um dia quando alguém se vai repentinamente, tomamos um choque de realidade e ficamos pasmos. Nos perguntamos: "Como?! Por quê?!".
Eu era criança e achava que meu avô Paipreto, minha avó Mãevelha, papai e mamãe seriam para sempre. 
Meu Paipreto partiu quando eu tinha de cinco para seis anos; Mãevelha partiu aos oitenta e quatro anos, mamãe partiu brutalmente cedo, aos cinquenta e cinco anos e papai aos sessenta e nove anos.
Vejo parentes meus envelhecendo e ficando doentes. Pessoas que um dia foram tão fortes, batalhadoras, trabalhadoras.
Uma coisa que me irrita e já falei sobre é o fato de avós cuidarem de seus netos. Explico.
Esses parentes e parentas que trabalharam a vida toda e que hoje deveriam descansar, seria o certo, não descansam porque têm que cuidar de neto. Como dizia papai: "Me pópi!".
Cuidar de criança dá muito trabalho, exige energia e saúde e é óbvio que os mais velhos não dispõem de tudo isso. 
"Mateo que o pariu, Mateo que o balance", dizia mamãe.
Acho uma baita injustiça roubar a liberdade e o merecido descanso de quem trabalhou tanto a vida toda para encher-lhes a casa com netos.
Sou meio radical, "inguinórante" e implicante, mas têm coisas com as quais eu implico mesmo e acho que estou com a razão.
Sei lá, acho injusto abusar dos mais velhos e além do mais, eles não são para sempre.
É isso.

                                 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixem comentários, adoro saber o que pensam sobre o blog. Obrigada ;-)