domingo, 11 de dezembro de 2011

Tristeza

                                           


Quando eu era pequena não entendia o que era tristeza.
Ficava triste algumas vezes, mas logo em seguida ia brincar e me esquecia da tristeza.
Mesmo quando passávamos por dificuldades ficava mais preocupada do que triste e sempre confiava em mamãe, principalmente quando ela lançava seu poderoso olhar aos céus e dizia: "Tenho fé em Deus que daqui pra de noite vou ter o pão em minha mesa para dar de comer aos meus filhos".
Confiava em mamãe. Confiava naquela força titânica, naquele poder de decisão, naquela vontade férrea de lutar, vencer.
Mamãe era o símbolo maior de força. Mamãe era a força.
Algumas vezes a vi chorar após ter discutido com papai. Uma vez perguntei: "O que foi, mãe?
"Nada não, filha".
Mamãe chorava sob a majestosa mangueira de nossa casa.
Era noite. Mamãe volta para casa e tudo volta ao normal.
Penso comigo mesma: "Não entendo porque as pessoas ficam tristes. Quando eu crescer, nunca vou ficar triste".
Se eu soubesse...
Outras vezes assistia novelas e não entendia aquele dramalhão e aquela choradeira toda. As personagens boazinhas tinham sempre que sofrer, chorar e no final tudo ficava bem.
Mas não é assim na vida real.
Hoje entendo porque as pessoas ficam tristes, só não sei explicar.


                                               

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