quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Direções

                                                                                


O Brasil é um país continental, imenso, gigante pela própria natureza.
E como é de se esperar, é um país de ampla diversidade cultural, social e linguística.
Cada Estado tem seu sotaque, seu jeito próprio de ser.
E cada povo tem seu jeito próprio de dar direções, informar o melhor caminho para se chegar a um destino/endereço.
Estava com meus sobrinhos no carro e procurávamos uma rua aqui em São Paulo; parei em frente à uma oficina mecânica e perguntei como chegar na rua tal. A resposta foi: "A senhora pega aquele prêmera ali, ó. Tá vendo?".
"Mas qual primeira, moço?
"Aquela prê-me-ra ali!".
Estamos em Gravatá, Pernambuco e nos perdemos. Pensamos que conhecíamos a cidade, mas como diz o tio Francisco do Paraná: "A cidade diferençô muito".
Estávamos eu, papai, minha irmã Renata e meus sobrinhos Demétrius e Marcos Paulo.
Mamãe fora na frente com tia Nifa e Lia, a nossa anfitriã. Eu, papai, Renata e os meninos decidimos ficar mais um pouco a andar pela cidade e olhar as lojas de artesanato.
Começa a escurecer e não encontramos o caminho de volta. Papai, pra variar, se estressa.
Paramos um moço que vinha numa bicicleta e perguntamos se ele sabia onde ficava a rua tal. O moço era na verdade uma pessoa muito delicada; coloca uma das mãos na cintura, olha para os lados e diz: "Não sei".
Andamos mais um pouco e avistamos um guarda em um clube da cidade. Fizemos a mesma pergunta, já desesperados com o avançar da hora e da escuridão da noite.
O guarda simpático nos oferece café, recusamos. 
O guarda bebe o café, aguardamos (im)pacientemente.
O guarda diz: "Vocês estão vendo aquela rua ali adiante?"
"Sim".
"Pois é. Ela vira para a direita e para a esquerda. Certo?"
"Certo".
"Apois então...Vocês não virem nem a direita e nem à esquerda; sigam em frente que a rua que vocês procuram é aquela ali depois dessa".
Minha irmã Rosi viaja ao Paraná com meu cunhado Pepê, minha irmã Renata e mamãe. Não conhece bem a cidade e decide parar e perguntar. Um simpático senhor informa em pouquíssimas palavras como chegar ao endereço procurado: "O senhor segue aquele uma".
"Aquela uma o quê?"
"Aquela uma rua ali. É só seguir aquela uma que vocês chegam no destino"
"Obrigado".
                                           

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