quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Potes Verdes

                                              


Quando terminávamos de tomar iogurte, lavávamos e guardávamos os potes.
Os potes coloridos nos atraiam e para cada cor atribuíamos um sabor. 
Por exemplo: se o pote fosse verde então o iogurte seria sabor coco e se o pote fosse rosa o sabor seria morango.
Rose e Naldão, os caçulas da época, encontraram dois potes vazios; Mãevelha os tinha lavado e guardado.
Disseram que queriam iogurte, mas minha avó disse que não tinha. Ficaram tristes e chorosos.
Me entristeci também.
Mas tive uma ideia. Fiz um mingau com leite, açúcar e amido de milho, a popular Maizena. Esperei esfriar e despejei nos potes vazios. Os potes eram verdes.
Chamei Rosi e Naldão que ficaram felizes ao me ver segurando os dois potes de iogurte nas mãos.
Sentaram-se no batente da porta e tomavam felizes o "iogurte" de coco; era de coco pois estava em potes verdes.
Pediram mais. Fui buscar, mas pedi que esperassem sentados, eu não queria que descobrissem o segredo do "iogurte".
Não queria desmanchar aquele encanto, aquela felicidade.
Rosi e Naldão perguntaram se o iogurte era de coco e eu disse que sim.
Naldão disse: "Não te falei Rosi que era de coco? A Rejane trouxe no potinho verde".
Havia tanta alegria.
Meus irmãos pequenos felizes por terem sua vontade satisfeita: iogurte.
Eu alegre e aliviada por satisfazer o desejo de meus irmãos pequenos; não queria vê-los tristes.
Não era iogurte, nem era de coco. Mas isso não importava.
Estávamos felizes.


                                    

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