quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Cigarro

                                                                                 


Fui ao hospital para fazer alguns exames e enquanto aguardo leio "Ecce Homo" de Nietzsche.
Adoro Nietzsche. A literatura germânica é minha favorita. Muito densa, tensa, sofrida, pesada, forte, humana, demasiado humana.
Goethe e Kafka também fazem parte de meus favoritos. Kafka era tcheco, mas escrevia em alemão, por isso faz parte da literatura germânica. 
Recomendo "A Metamorfose", "Carta ao pai" ( encontro muita coisa de meu próprio pai nesse livro. É o drama kafkaniano).
De Goethe recomendo "Fausto" e "Werther". "Fausto" é denso e tenso e me comove a situação de Mefistófeles; mesmo tendo seus poderes demoníacos sofre com sua própria imperfeição física.
Maravilhosa literatura.
Mas....
Ah, sim. Falava sobre outra coisa.
É isso, começo a falar sobre livros e se deixar não paro mais. É meu vício e minha paixão (juntamente com minha família e o Corinthians, claro).
Sim...
Aguardo na sala de espera, leio meu livro, sou atendida, saio e caminho pela calçada. Necessariamente nessa ordem.
Era hora do intervalo para alguns funcionários do hospital e vejo muita gente uniformizada saindo pra lá e pra cá e indo em direção às padarias e botecos da região. Hora do café.
Observo um grupo de mulheres que pelo tipo de uniforme deveriam trabalhar na cozinha do hospital. Me chama a atenção uma delas; grávida. Me chama ainda mais atenção o fato de essa grávida segurar um cigarro entre os dedos e dar longas tragadas, como se saboreasse um acepipe.
Fiquei horrorizada. Como pode alguém fumar? Nada contra, cada um cada um, mas não entendo como uma pessoa pode dizer que o cigarro tem sabor. Sabor do quê? De mato queimado?
Lembro dos comerciais antigos de cigarro e muitos deles associavam imagens de esportes radicais ao sabor do cigarro e ao prazer de fumar. Esporte é saúde, cigarro não!
Desculpem-me os fumantes. Até entendo e respeito o vício, pois eu também tenho meus vícios e não gosto quando alguém os critica (gatos, livros, cerimoniosa e outras coisas que é melhor não comentar).
Então. 
Mas acho que todo mundo concorda comigo quando o assunto é grávida fumante. Vejo pelo lado da criança que é um feto ainda. Imagino os malefícios do cigarro à saúde desse bebê ainda em formação na barriga dessa mãe desnaturada!
Os riscos de nascer prematuro, ficar um tempo na U.T.I. Neonatal, baixo peso, baixa imunidade e tantos outros problemas que poderiam ser evitados se a mãe deixasse de levar o cigarro à boca e em vez disso levasse alimentos saudáveis. Que tal? Seria bom para ela mesma e para o bebê.
Mas tem gente que não pensa. Mas deveria.


                                               

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