quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ocaso

                                              
Deveria ter ido à Farmácia Alto Custo e ao consultório para iniciar o tratamento da artrose no joelho direito. Não fui.
A Marginal Tietê congestionada e a previsão de chuva forte para o final da tarde me detiveram de minha missão. 
O céu estava escuro, nuvens carregadas, dava até um medinho.
Liguei para o consultório e remarquei para semana que vem e num horário mais cedo do que o estava previamente agendado.
Final de ano em São Paulo acelera e complica o trânsito e a vida do paulistano.
As distâncias a percorrer não são longas, o problema é o trânsito mesmo. As desculpas são as mesmas: excesso de veículos. E todo santo dia tem um caminhão quebrado ou um motoboy machucado. Ou até mais que isso.
Imprudência, arrogância e falta de educação das pessoas no trânsito e nas ruas relações humanas. Às vezes acho que estamos nos transformando em animais irracionais (somos os ditos racionais) que passa por cima do que e de quem estiver na sua frente para poder garantir seu espaço e território.
Bom...
Não fui e aproveitei para ficar em casa e descansar, "aquetar o facho", como dizíamos e ainda dizemos. Deite-me no sofá e assisti a um capítulo de uma série sobre a cantora lírica Maria Callas (1923-1977) e seu tempestuoso romance com Aristóles Onassis (1906-1975).
E o tempo passa, a moda muda, a tecnologia, a medicina...mas as pessoas são sempre as mesmas. Umas se apaixonam perdidamente, outras brincam com os sentimentos daquelas que lhe devotam paixão e amor desmedidos. A manipulação, a humilhação, o desrespeito e até mesmo uma certa maldade de pessoas apaixonantes para com seus apaixonados.
Paixão é sofrimento, sabia? Vide a Paixão de Cristo. Acho que como paixão é sofrimento é por isso que as pessoas apaixonadas sofrem tanto. Jesus!
O homem, sempre o homem machista, garanhão, e pegador.
Se for uma mulher com esse mesmo comportamento, aí ela recebe outros adjetivos qualitativos negativos. Belas palavras para as quais as mesmas ações têm significados diferentes de acordo com o sexo do sujeito principal.
Vixe! Viajei.
Mas...
Acabou o filme e me levanto para atender ao chamado dos meus gatos. Vou ao quintal e me  chama a atenção uma luminosidade dourada e bela. É o ocaso. 
Seguro o pote de ração enquanto aprecio e me encanto com esse belo espetáculo da Natureza. Mas meus gatos não têm muita veia poética quando estão com fome.
Alimento meus felino mimados, famintos e terríveis e volto a apreciar o ocaso.
Curiosamente, a palavra ocaso tem dois significados que se entrelaçam com o meu fim de tarde: por do Sol; decadência de um império.
Eu prefiro a beleza do ocaso.


                                              



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