domingo, 6 de novembro de 2011

Gatos de Botas

Mais uma das muitas "inguinóranças" de papai.
Morávamos próximo ao local de trabalho de nosso querido e amado pai e ele almoçava em casa todos os dias. 
Papai sempre tinha do que reclamar e normalmente era sobre algo que gostávamos. Se falássemos que um determinado jogador de futebol foi muito bem na partida, papai dizia o contrário. Se concordássemos com sua opinião, logo ele procurava e encontrava algo para discordar. Nosso pai além de ser o homem de Deus, o homem sem defeitos era também o homem do contra.
Papai vem almoçar e não sabemos porque cargas d' água começa a implicar e a fazer sermão sobre os gatos.
"Que esses gatos são preguiçosos; dormem o dia inteiro; não fazem nada da vida; que é melhor criar um bicho que dê lucro..."
Mamãe ouve tudo e aguarda o momento para poder falar. Nós tínhamos medo de falar, mas quando mamãe tomava a iniciativa, nós criávamos coragem e falávamos também.
"Oxente, Dedé. E tu quer que os pobres dos gatos façam o quê?! Que calcem suas botas e vão trabalhar com você na metalúrgica?". 
Seria o gato-de-botas-peão-de-metalúrgica. O "Gato Lula", cumpanhêro.
E criar que tipo de animal que daria lucro? Uma vaca? Uma cabra? 
Só papai mesmo.





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