terça-feira, 22 de novembro de 2011

Táxi

                                 
                                      
Rosi é minha irmã do meio. 
Somos seis; três pernambucanos (eu, Rogério e Naldão) e três paulistanos (Rosi, Fubá e Renata).
Mamãe estava grávida de Rosi, nossa inteligente, sabe-tudo-sobre-futebol e bela jornalista.
Mamãe sente as primeiras dores e pede para papai buscar um táxi. 
Papai volta com o taxista e mamãe faz as recomendações à Mãevelha e a mim. Pergunto: "Pra onde a senhora vai, mãe?" 
"Vou buscar o bebê, filha".
Eu choro: "Mas por que a senhora não manda outra pessoa buscar o bebê?" 
Na época só sabíamos o sexo da criança quando ela nascia.
Eu fico olhando o carro se afastar e peço a Deus que mamãe volte logo.
O táxi segue em direção ao hoje extinto Hospital Christo Rei. Mas acontece que o taxista não conhece bem a região e pede orientações a papai.
Papai está mais preocupado em não ter que passar em frente ao Clube do Corinthians do que com mamãe e a criança que vai nascer.
Papai diz: "Olhe moço, o senhor faça de tudo mas não passe em frente ao Corinthians que é para meu filho não nascer corinthiano".
"Mas se o senhor me mostrar o caminho para o hospital...".
Não tem jeito, não tem outro caminho; o táxi passa em frente ao Corinthians para pegar a rua de acesso ao hospital. 
Rosi nasce. 
Mamãe volta para casa com minha irmã alguns dias depois.
As pessoas vêm visitar e fazer as perguntas de praxe. Se foi tudo bem, se chegaram a tempo ao hospital, qual o nome da menina etc...
Papai só reclama de uma coisa: "Eu falei pra aquele infame daquele motorista não passar em frente ao Corinthians. E ele passou! Aquele cabra safado deve ser corinthiano e agora a menina vai crescer e ser corinthiana. Meu Padim Ciço do Juazeiro!".
Papai acertou em cheio!


                                        


                                           
    


                                     
                                        











Um comentário:

  1. Adorei!Faltou apenas um pequeno detalhe: informar que nosso pai era palmeirense! Coitado! Valeu por lembrar essa história contada e recontada tantas vezes por nossa mãe. Era clássico, todo aniversário meu ela contava e pra toda pessoa que eu apresentava a ela! Depois que ela se foi,todo ano no dia do meu aniversário sinto saudades de tê-la recontando essa história!Beijinhos, Rose, a mais corinthiana das irmãs.

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