sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Blog da Criança: Pais & Filhos

Nota: Postagem escrita ontem, mas decidi não publicá-la. Hoje, após ouvir mais choros e gritos, resolvi publicar.
A agonia desse menino está causando agonia em mim.
Às vezes penso e me pergunto: "Meu Deus, será que era para esse menino vim a esse mundo? Será que não forçaram demais a vinda dessa criança a esse mundo? Não seria melhor que ele ficasse no lugar que estava? Será que traz consigo dívidas de erros passados e tem que pagá-las vivendo na pele de uma criança que não vive uma vida de criança? 
Deus...






Sempre converso com minha irmã, a bela mãe da minha belíssima sobrinha Beatriz, sobre um menininho de três anos e seus pais.
Tenho muito dó dessa pobre criança. (sim, "dó" é substantivo masculino. estranho, né?).
Os pais não se suportam e aturam um ao outro por mera conveniência, comodismo, covardia, medo e outros motivos e sentimentos que não são saudáveis numa relação entre pais e filhos.
O menino é muito carente e sua forma de comunicar isso, ou pelo menos tentar comunicar seus medos, sentimentos e desejos a um pai e a uma mãe "cegos" é por meio da agressividade.
Os pais não conversam com o filho, apenas gritam.
Os pais não dão carinho ao filho, apenas gritam.
Os pais não brincam com o filho, apenas gritam.
O menino segue uma rotina de adulto; dorme pouco, fica longas horas acordado, não tem amigos e é exposto a ambiente de gente grande: bar, fumaça de cigarro, música alta.
Chegam em casa por volta da meia noite, comem algo (escuto o som o microondas), assistem TV até umas duas horas da manhã e depois de muito berreiro, finalmente dormem.
Algumas horas depois, o menino acorda com tosse ou com dor de ouvido e o pai reclama e ameaça bater no menino se ele não parar com aquilo. Parar com aquilo?! Uma criança! Eu que sou adulta sofro com minhas dores e não tenho o poder de fazê-las parar, imagine uma criança de apenas três anos!
Muitas vezes me pergunto porque Deus permite isso: gente incompetente e incapaz de cuidar de si mesma tem filhos como coelhos e tem tanta gente educada, de bom caráter e formação que tenta por anos e gasta fortunas para conseguir ter um filho e não consegue. Por que esse disparate?
A mãe tentou engravidar várias vezes; fez tratamento médico até conseguir e foi uma gravidez de alto risco. O menino nasce com sérios problemas de saúde e passa os primeiros meses da vida numa U.T.I. infantil.
Isso deveria servir de aviso e de exemplo. Mas não... Se fosse assim esses pais insensíveis tratariam melhor esse filho que pede carinho e atenção e só recebe gritos e ameças de surras. 
A rotina nada saudável também não é boa para essa criança. As longas horas acordado, as poucas horas de sono. A exposição ao barulho ensurdecedor de músicas de péssimo gosto; a exposição à fumaça de cigarro e de outras fontes; a alimentação desregrada...
Às sete horas da manhã esse menino já está de pé. A mãe coloca um DVD infantil em alto volume que me faz acordar ao som de " seus amiguinhos, os Backyardigans...".
A mãe dedica um tempo tremendo à limpeza da casa e manutenção do seu bar; sua fonte de renda. O pai volta mais cedo para casa e abre os portões da garagem para poder lavar seu possante. Um carro que já não é mais fabricado e que tem rodas e som que se somados, valem mais do que o próprio veículo!
Naturalmente, o playboy metido a galã de rodoviária do interior liga o som em alto volume, toca aquelas malditas músicas idênticas, quem ouviu uma ouviu todas, e passa horas a cuidar do seu automóvel. Fala ao celular e combina umas "paradas". Julga-se solteiro, sem compromissos e responsabilidades: esposa e filho.
Dias desses tive vontade de chamá-los através da parede fina e perguntar o que estava acontecendo; o menino chorava e gritava muito. Aquela agonia durou uma boa hora. 
Agonia maior foi ouvir o pai ameaçar de bater no filho caso ele não parece com aquele berreiro. Esse animal (com todo respeito aos animais) é incapaz de um ato de amor, solidariedade e compreensão para com seu próprio filho.
É uma criatura abominável que se julga "muitcho lindcho" com seu pouco mais de metro e meio. Meu avô José dizia: "O cabra que tiver menos de um metro e setenta e falar fino, não é homem não!".
É mais uma das "inguinóranças" da minha família, mas nesse sentido concordo com meu avô. Ele não se refere apenas a altura física, mas à hombridade que esse pseudo-auto-denominado-galã-de-rodoviária-do-interior não tem. 
Essa postagem parece aquelas fofocas de revista de artista, mas antes fosse.
Converso com a mãe e digo a ela para matricular o menino na escolinha; ele é vivo, esperto e muito inteligente. É também brucutu, violento, sem modos. Não é culpa dele, poi ele não tem exemplo a seguir.
Pena.
E eu que queria tanto ter a minha Mariana.




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