terça-feira, 1 de novembro de 2011

Café com Banana e Farinha.





No fogão à lenha o café era torrado.
No pilão de madeira o café era pisado (batido, socado) até se transformar em pó.
Minha avó Mãevelha preparava o café e chamava:
"João...Chega...o café tá pronto". João era o meu avô Paipreto.
Paipreto sentava-se à mesa e nela estavam o bule com o café novo, bananas e um prato com farinha de mandioca.
O café era despejado no xicrão (xícara grande).
Paipreto descascava a banana e passava na farinha, comia um pedaço e tomava um enorme gole de café.
Paipreto pedia mais: "Maria, me de mais um golinho de café". 
Mãevelha trazia mais café.
Eu, no colo de Paipreto, passava a banana na farinha, comia um pedaço e tomava um gole de café.
Algumas vezes enchia o xicrão de Paipreto com farinha e depois me lambuzava com aquela gororoba de café doce, banana e farinha. 
Mãevelha e mamãe ficavam doidas com Paipreto.
Paipreto ficava doido de encantos por mim e eu por ele.
A palavra ou o termo amor resume-se àquele café com banana e farinha da minha Mãevelha e do meu Paipreto.






                       

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