quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Queijo do Reino

                                            


Adoro queijos, principalmente os salgados e típicos do Nordeste.
Queijos brancos e sem sal, sem sabor, sem nada, não entram na minha lista de favoritos.
Gosto de sabor. Forte, marcado, acentuado.
Acho que tem a ver com minha cultura brasileira e nordestina.
Li um artigo sobre preferências alimentares nas diversas regiões do Brasil e soube que os alimentos precisam ter cor e sabor fortes para agradarem aos nordestinos. A manteiga tem que ser bem amarelinha. Aliás, aqui em São Paulo nós até hoje chamamos a margarina de manteiga e a manteiga mesmo de manteiga verdadeira.
Papai dizia que a margarina não tinha sabor e parecia sebo. Gosto legítimo e verdadeiro tinha a manteiga verdadeira. 
Verdadeiras palavras de meu pai.
Acho que essa preferência forte, intensa e colorida tem a ver com o clima quente do Norte/Nordeste. 
As frutas são exóticas, extravagantes, deliciosas.
O açúcar e o sal são usados sem parcimônia assim como temperos, óleos e gorduras. 
Adoro um acarajé bem douradinho. Meu Senhor do Bonfim. Salve a Bahia!
Adoro as tapiocas enormes e recheadas com coco fresco e queijo coalho assado ali na horinha mesmo, num sabi? Lá no Alto da Sé de Olinda. Pernambuco. Lugar arretado de lindo. Minha terra.
E a comida mineira. Nossinhora!
Os doces de leite e os pães de queijo...Não tem coisa melhor.
E o churrasco gaúcho. Barbaridade!
O brasil é muito grande, muito rico, muito diverso. Graças a Deus.
Toda essa diversidade social, cultural e alimentícia faz de nosso país um lugar único e fantástico.
Para entendermos melhor nossa rica diversidade social e gastronômica, aconselho ler as obras de Gilberto Freyre e Luís Câmara Cascudo que mostram o Brasil de todos o sabores.
E já que comecei a falar sobre queijos...
Meu Paipreto adorava queijo do reino que vem numa lata redonda. É um queijo firme, de sabor forte, marcante e até meio ácido. 
Mamãe colocava farinha na lata junto com o queijo do reino; era para conservar melhor, dizia ela.
Mãevelha punha a mesa e chamava Paipreto para a merenda da tarde. Queijo do reino, farinha e café. Delícia.
Sentávamos à mesa e comíamos de lamber os beiços. 


Luis Câmara Cascudo
Gilberto Freyre













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