sábado, 28 de janeiro de 2012

Arroz

                                                    


Valéria e a família moravam no cafofo mencionado em postagem anterior.
Ela e sua família eram meio folgadinhos, para ser educada.
Eles desciam as escadas do cafofo e entravam em nossa casa sem pedir licença. Entravam e pegavam o que queriam; como se fossem donos do pedaço. 
Era leite, pão, café, almoço, janta...
Fubá e Renata, meus irmãos caçulas, viviam se estranhando mas se uniam feito carne e unha quando se tratava de perseguir e atormentar os moradores do cafofo, principalmente Valéria.
Fubá está almoçando e Valéria entra na cozinha sem pedir licença e sem falar nada. Ela vai até o fogão, destampa as panelas e olha o que tem. Tampa de volta, pega a panela com arroz e sai. 
Fubá observa tudo calado e espera o momento certo para atacar. Ele puxa Valéria pelo braço e diz: "Onde você pensa que vai com essa panela de arroz?"
"Oxe. Eu vou é cumê. Me solte!".
"Me dá aqui essa panela, sua folgada. Na sua casa não tem comida não?!".
Foi uma cena engraçada. Fubá segurava a panela por uma alça e Valéria pela outra; parecia um cabo de guerra.
Fubá tomou a panela da prima que voltou para casa chorando.
Passadas algumas horas, mamãe volta para casa e chama Fubá para falar sobre o ocorrido e dá broncas nele. "Onde já se viu negar comida ao próximo?!"
"Que próximo o que, mãe?! Essa desdentada é muito da folgada! Por que ela não faz comida? Toda hora vem aqui em casa pegar alguma coisa. E nem pede, só é chegar e pegar. Folga da p... meu!".
Esclarecidos os fatos, mamãe pergunta a Fubá onde ele colocou a panela com arroz, mas ele se nega a revelar o esconderijo secreto do utensílio doméstico.
Alguns dias depois começamos a sentir um cheiro de coisa estragada e reviramos a casa mas não encontramos nada. Fubá decide então revelar o segredo: a panela com arroz estava na parte de baixo do fogão e olhamos no forno mas não na parte de baixo.
Fubá retira a panela fedendo com o arroz todo estragado.
Mamãe fala: "Menino danado! Tu preferisse esconder o arroz e deixar estragar e não deixasse a bichinha comer?!"
"Bichinha nada. Ela é muito da folgada e a senhora é trouxa demais".
"Menino!".


                                                

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