terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sem noção; sem educação

                                                


Tenho visto campanhas nas redes sociais contra música em trens, ônibus e metrô.
Eu apoio essas campanhas e acho uma ótima ideia as pessoas se unirem para um bem comum.
Tenho visto jovens, ou nem tanto, com fones nos ouvidos e a música alta a tocar. Me pergunto como essas pessoas aguentam aquele barulho dentro dos ouvidos. Será que não ficam com dor de cabeça?
O ouvinte se empolga e aumenta o volume do aparelho e pensa que, por estar usando fone de ouvidos, só ele escuta a música.
Ledo engano.
Todos à sua volta ouvem e ficam cientes de seu gosto musical.
E é uma coisa chata, que incomoda mesmo. 
Gosto de música. Gosto de ouvi-la e apreciá-la. Perceber as notas, o tempo, a melodia.
Gosto de ouvir música em um ambiente confortável e procuro não incomodar ninguém.
Mas hoje com a profusão e proliferação de celulares e aparelhos eletrônicos portáteis, ficou mais fácil e difundido o hábito de ouvir música enquanto se caminha pela rua, aguarda na fila e viaja em ônibus e trens. 
Nas escolas também. Temos que pedir encarecidamente aos alunos que desliguem ou pelo menos abaixem o volume de seus aparelhinhos barulhentos. 
Os alunos sabem seus direitos mas esquecem-se de seus deveres.
E o som dos aparelhos não permite apreciar a música como deveria ser. Fica um som metálico, agudo, chato e incômodo. 
Certa vez estava na escola e conversava com outras professoras sobre o final de ano, fechamento de notas, entrega de diários e tudo o que envolve a rotina escolar quando ouvimos passos no corredor e o crescente som de música se aproximando. 
Falamos umas para as outras: "Deve ser algum aluno, pra variar. Acho que eles nem escovam os dentes e já ligam essa porcaria logo cedo".
Só que não era aluno, era uma professora do Ensino Fundamental I (1ª a 4ª séries).
A simpática professora entrou na sala, nos cumprimentou e puxou conversa. Isso tudo com a porcaria do aparelhinho ligado tocando a musiquinha chata. A professora tinha um tom baixo de voz e ficava difícil ouvi-la.
Eu disse: "Dá pra você desligar esse negócio? Não consigo ouvir o que você diz".
Ela ficou sem graça e as outras professoras se entreolharam. 
Não falei nada demais, apenas algo que todo mundo queria dizer mas que ninguém tinha coragem.
Outra coisa irritante é toque de celular. Pagando-se um valor mensal o cliente pode escolher uma infinidade de músicas para servir como toque, ou o tal do ring tone. Lembra de uma novela que tinha um cara chato pra cacete que criava esses ring tones? Pois é.
Fui comprar um celular uma vez e a vendedora disse que por mais não sei quanto eu poderia levar um pacote com músicas de Claudia Leite.
Não, obrigada. 
Para ouvir o quê? Coisas como: "Tira  o pé do chão, bate palma de mão...É muita emoção no coração...Vem no calor do meu amor...feito bola de sabão me desmancho por você..." Que me desculpe a bela carioca baiana.
Bom...
Se eu tirar o pé do chão eu caio.
Só dá para bater palma de mão, palma de pé não vi ainda.
Toda emoção é no coração. Outras parte do corpo também mostram emoção, mas ela começa no coração. Vixe. Ficou parecendo letra de música.
Detesto calor; minha cabeça ferve. Então, que não me venha ninguém no calor do amor.Por favor.
A bola de sabão geralmente explode, não se desmancha.
Muitas vezes me assusto com o toque do celular. Tem gente boba, sem noção e sem educação que coloca gritos estéricos, de terror, músicas estridentes e outras porcarias como toque de seus celulares. 
Não dá para ter um celular com toque normal e dentro do bom senso?
Já ouvi toques com a voz irritante do Pica Pau, com gritos de mulheres como se estivessem sendo atacadas, com vozes imitando vozes infantis e de desenhos animados.
As pessoas parecem ter perdido o bom senso e fazem questão de se exibir cada vez mais. É a impressão que tenho.
Acho que junto com o celular e o plano de ligações e afins, deveria vender junto um pacote de Semancol.


                                          



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